Cidades

Londres poderá ter taxa por quilómetro para quem se deslocar de automóvel

Tarifa iria substituir as que estão atualmente em vigor e poderia ter diferentes cotações conforme tipo de veículo e nível de congestão na zona
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Trânsito em Londres
Trânsito em Londres

Como acontece em muitas outras cidades europeias, em Londres, a quantidade de automóveis estava a criar vários problemas, desde a baixa qualidade do ar devido às emissões, aos níveis elevados de trânsito. Ao longo dos últimos 20 anos, foram criadas e implementadas duas taxas, uma aplicada em zonas de muito trânsito e outra para se circular em zonas de emissões reduzidas (ZER).

Agora, o Presidente da Câmara de Londres, Sadiq Khan, pediu a introdução de duas novas taxas, uma de condução paga por quilómetro e outra diária, de 2,39 euros, que apenas não serão aplicadas a veículos zero-emissões. Está a ser também equacionada uma taxa para quem vem de fora da cidade.

Este sistema viria eliminar as tarifas atualmente em vigor, já que a taxa por quilómetro poderia ter diferentes cotações conforme o tipo de veículo e a sua pegada, o nível de congestão da zona e o acesso a transportes públicos. Pessoas com rendimentos muito baixos ou com algum tipo de deficiência, assim como pequenas empresas e organizações de caridade poderiam ficar isentas do pagamento.

Londres tem zona de emissão reduzida e taxas para controlar trânsito

Este pedido veio no seguimento de um relatório que indicou que para que a capital inglesa atinja a neutralidade carbónica, terá de reduzir em 27% o tráfego de automóveis até 2030. A implementação das taxas por quilómetro teria como principal objetivo levar as pessoas a deixarem os automóveis em casa e optarem por andar a pé ou então de transportes públicos, bicicletas ou veículos elétricos.

Consciente de que, de momento, não existe uma tecnologia que permita controlar os quilómetros percorridas, o gabinete do Prefeito já pediu à Transport for London para explorar como é que se poderia desenvolver um sistema que permitisse este tipo de cobrança. Ainda assim, esta tecnologia poderá demorar anos a ficar disponível.

Outro possível entrave à aplicação da medida é o facto de esta poder impactar quem não tem rendimentos suficientes para, por exemplo, trocar o seu automóvel de combustão interna para um elétrico. Para além disso, o facto de cobrar uma taxa extra a quem vem de fora da cidade poderá ter um impacto negativo em muitos trabalhadores que vivem nos arredores e que têm de se dirigir para a cidade de transportes sempre que vão trabalhar.

(Fotos: Unsplash)

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