A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) está a acompanhar a evolução das condições ambientais da Lagoa de Santo André, concelho de Santiago do Cacém (Setúbal). Para já, afasta risco de degradação da água.
Em comunicado, a APA refere que está em diálogo com a Câmara de Santiago do Cacém e que está a analisar a evolução das condições ambientais da Lagoa. Este esclarecimento surge depois de, no final da tarde de terça-feira, 5 de março, ter decorrido junto da lagoa um protesto público convocado pelo município e pela Junta de Freguesia de Santo André.
A ação, que juntou cerca de 100 participantes, entre autarcas e população, incluindo a porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, visou protestar contra o facto de a lagoa ainda não ter sido aberta este ano ao mar.
A APA refere que ao contrário do que aconteceu em 2022 e em 2023, o volume de água na lagoa é considerável e, como tal, "a respetiva qualidade, nomeadamente ao nível do parâmetro oxigénio dissolvido, não evidencia a existência de risco que potencie a ocorrência de episódios de eutrofização”, ou seja, de degradação da qualidade da água, argumentou a agência.
O volume de água neste momento é muito superior ao de 2023 e sobretudo de 2022, ano em que a lagoa não foi aberta ao mar "devido à muito baixa quantidade de água, não se tendo então registado problemas de degradação da qualidade da água”. 2022 foi também considerado um dos melhores anos de sempre para a pesca comercial da enguia, de acordo com informação da comunidade piscatória local.
Este ano, perante as atuais condições da lagoa, “não se prevê a ocorrência de episódios de degradação da qualidade da água”, ou seja, eutrofização, insistiu a APA.
Em declarações à agência Lusa, na segunda-feira, dia 4 de março, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha (CDU), acusou a APA de “irresponsabilidade total” por não abrir este ano a Lagoa de Santo André ao mar.
Segundo Álvaro Beijinha, a APA terá alegado que não tem “a competência legal para a abertura da lagoa, dando a entender que será o ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] que tem essa responsabilidade”. Mas, o ICNF “já respondeu a dizer que a responsabilidade não é sua, mas sim da APA”, acrescentou.