Sustentabilidade

Ambiente: Uma em 3 aves portuguesas estão ameaçadas de extinção

Dois projetos permitiram obter um panorama do estado das aves em Portugal
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A intensificação da agricultura e a alteração dos usos dos solos está a ter impacto nas populações de aves em Portugal. A conclusão surge depois de dois projetos complementares terem feito um levantamento do panorama do estado das aves no país.

Os dois projetos, Lista Vermelha das Aves de Portugal Continental e do III Atlas das Aves Nidificantes de Portugal, são liderados pela Sociedade Portuguesa para o Estuados das Aves (SPEA) e desenvolvidos em parceria com a Universidade de Évora, ICNF, IFCN (Madeira) e CIBIO/BIOPOLIS.

Aves como o sisão, a abetarda, a águia-caçadeira e o rolieiro, que há 20 anos eram mais abundantes nos campos do Alentejo, têm vindo a sofrer uma redução drástica em toda a sua área, incluindo dentro de áreas protegidas.

Este declínio deve-se em grande parte à intensificação da agricultura, à simplificação da paisagem, ao aumento do regadio e ao uso de agroquímicos, é explicado por Domingos Leitão, Diretor Executivo da SPEA.

Aves - AWAY
Combatente (foto: divulgação SPEA)

Também as aves migradoras de longa distância que passam o inverno em Portugal estão a passar por uma situação preocupante. As alterações climáticas têm dificultado as condições de nidificação no ártico, ao mesmo tempo que as condições nas suas rotas de migração se têm deteriorado.

As aves marinhas que normalmente passam o inverno em Portugal têm visto o seu estatuto de conservação no país a deteriorar. Esta situação é reflexo de ameaças como a sobrepesca, as alterações climáticas, a captura acidental na pesca e a poluição.

Face à última Lista Vermelha, realizada em 2005, o número de populações classificadas como ameaçadas de extinção aumentou, passando de 88 para 95.

Também há boas notícias para as aves

Os resultados recolhidos pelos dois projetos também permitiram concluir que as ações de conservação têm resultados positivos e que as espécies têm uma boa resposta às melhorias e restauro do habitat.

As aves de rapina, como abutres e grandes águias, têm beneficiado de ações de conservação, o que tem feito com que algumas espécies, como o grifo ou a água-calçada estejam agora em menor risco de extinção do que em 2005.

Espécies como patos beneficiaram da redução da pressão da caça, uma atividade que passou a ter uma gestão mais equilibrada, e garças, ibis e colhereiros passaram a ter acesso a mais alimento nos arrozais e a ver os seus locais de reprodução mais protegidos.

A Lista Vermelha das Aves de Portugal Continental 2022 tem como objetivo reavaliar o risco de extinção das populações de aves, assim como identificar populações ameaçadas. Tanto a Lista Vermelha como o III Atlas das Aves Nidificantes pode ser consultado no site.

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