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Veja como o Grupo Renault já tem uma segunda vida à espera das baterias

Parceria entre a marca Mobilize e a start-up Green-Vision dá seguimento ao percurso ambiental da indústria automóvel
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Furgão elétrico para venda de comida com baterias de segunda vida
Furgão elétrico para venda de comida com baterias de segunda vida

A redução da emissão de gases com efeito de estufa para limitar o aquecimento global é um processo que já está em andamento na indústria automóvel passando pela eletrificação dos veículos. Mas, pelo meio desta eletrificação, a utilização das baterias é também ela uma questão ainda em curso, que não está fechada, pois o fim da sua utilidade para um carro elétrico não tem de ser o seu fim definitivo – e essa é também mais uma preocupação ambiental.

A otimização e a extensão da vida das baterias são alternativas à simples dispensa de uma bateria de alta voltagem com destino à reciclagem depois de cumprir o chamado ciclo de vida de um veículo automóvel elétrico (EV) – as estimativas apontam para 8 a 10 anos de vida para uma bateria num EV, mas, também para uma manutenção ainda nessa altura de 75% da sua capacidade energética inicial.

O conceito de economia circular já em andamento no Grupo Renault garante que antes de se passar à reciclagem das baterias se possa reutilizá-las ou recondicioná-las; ou seja, dar-lhes uma segunda vida com todos os benefícios ambientais que dessa reutilização decorrem.

Com a Mobilize – que já tem, inclusive, o seu EV –, o grupo francês criou uma marca dedicada aos serviços de mobilidade abrangendo as áreas da energia e dos dados – com objetivos claros de criação de ecossistemas sustentáveis que combinam mobilidade elétrica, recarregamento inteligente e a reutilização de baterias para armazenar energia renovável.

Em parceria com outros players, como a start-up Green-Vision fundada por Yann Lelong, a Mobilize trabalha para garantir esta segunda vida para as baterias dos veículos elétricos Renault: as baterias já não servem para os carros, mas podem ter a utilidade certa para cada cliente numa reutilização anterior à reciclagem.

Lelong é um engenheiro de formação apaixonado por carros, mecânica e eletrónica que se especializou na eletrificação e na economia circular. Na parceria da sua Green-Vision com a Mobilize dá a segunda vida às baterias dos EV da Renault consoante as novas utilizações pretendidas pelos clientes.

“A bateria é considerada usada quando deixa o veículo no fim da sua vida. No entanto, isto ainda mais do que suficiente para aplicações de energia menos intensiva. É aqui que eu entro, como um integrador especializado no recondicionamento. Como integradores, desmontamos os componentes das baterias originais para refazer novos packs. É um pouco como o Lego refazendo [as baterias] com novos pesos e voltagem de acordo com as necessidades dos clientes. Esta é a magia da segunda vida.”

Por falar em Lego, esta não é a primeira vez que os blocos dinamarqueses surgem no caminho da eletrificação na Renault...

Como se viu no vídeo acima, estas segundas vidas para as baterias podem verificar-se em veículos de duas rodas como bicicletas elétricas ou scooters de entregas de pizzas – outra atividade na crista da onda no que respeita à mobilidade elétrica (e também autónoma) –, mas as possibilidades inumeráveis podem, inclusivamente, incluir veículos de performance ou de venda de comida.

No furgão apresentado com base no master Z.E., os vários aparelhos elétricos como as fritadeiras ou as tostadeiras são alimentados por baterias em segunda vida e painéis solares, sem necessidade de ligações a tomadas elétricas ou recurso a geradores.

As possibilidades são vastas e podem também incluir veículos de transporte de medicamentos sob refrigeração, pois, quando o condutor desligar o carro para fazer uma entrega haverá uma bateria de segunda vida que garantirá que a temperatura ideal no compartimento de carga não será afetada...

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