A invasão russa da Ucrânia tem causada vários problemas um pouco por todo o mundo. Nas últimas duas semanas, o impacto nos combustíveis e na eletricidade tem sido do mais falado. Mas há outras indústrias que têm sentido os efeitos, como é o caso da indústria automóvel.
Aqui fica um resumo das medidas que a indústria tem tomado, assim como dos principais problemas que tem encontrado desde o início da invasão a 24 de fevereiro.
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A Michelin e a Continental, ambas marcas de pneus, fecharam as suas fábricas no território russo. A primeira, que estava em Davydovo, produzia cerca de dois milhões de pneus por ano nesta localização. Já a Continental está agora à procura de uma localização que possa substituir a produção na fábrica de Kaluga.
A Toyota, que é a marca japonesa que mais vende na Rússia, a Hyundai e a AvtoVAZ, o maior fabricante russo, pararam a produção nas fábricas russas por causa de problemas na cadeia de fornecimento.
A Nissan parou por três semanas a produção em São Petesburgo, na Rússia, por não estar a receber componentes para os seus automóveis.
A Stellantis, a Volkswagen e a Ford Motor optaram por travar as operações em território russo.
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A Suzuki, BMW, Nissan, Honda, Jaguar Land Rover, Aston Martin, General Motors e Volvo optaram por suspender a exportação de veículos para a Rússia. No caso da Nissan, a marca alega que a suspensão ocorre em parte por dificuldades logísticas.
A Ferrari vai suspender a produção de veículos para o mercado russo e vai doar um milhão de euros para apoiar o povo ucraniano.
Não são só os veículos ligeiros que começam a não chegar à Rússia. A Daimler Truck, fabricante de veículos comerciais, também já informou que vai congelar todas as atividades que tem na Rússia.
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A falta de componentes e o atraso na entrega de materiais tem obrigado vários construtores automóveis a fechar fábricas por toda a Europa ou a reduzir o número de turnos de trabalho.
A Audi viu-se obrigada a parar a produção na fábrica da Alemanha por causa de dificuldades em receber componentes. O mesmo problema afetou a Mercedes que reduziu de três para dois o número de turnos nas fábricas na Hungria e já disse que vai reduzir a produção em várias fábricas na Europa.
A Volkswagen, BMW e Porsche estão com dificuldade em ter acesso a materiais que vinham de fornecedores russos, o que está a obrigar as marcas a parar a produção na Alemanha.
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No campo dos elétricos, a Volkswagen já confirmou que vai parar a produção nas duas fábricas de veículos elétricos (VE) na Alemanha por falta de componentes, o que vai afetar a produção de VE da VW, Audi e Cupra. Também a Porsche está a parar a produção do Taycan elétrico na Alemanha.
Para além da dificuldade que os fabricantes têm tido em conseguir ter acesso aos componentes necessários para os seus veículos, o aumento dos preços vai causar também dificuldades para as marcas. O preço dos metais têm sido um dos grandes problemas mais recentes, uma vez que são usados para praticamente todas as partes dos veículos, desde o níquel para as baterias, até ao alumínio para a carroçaria.
Perdas de capitalDe acordo com Coling Langan, um analista da Wells Fargo, a Mercedes-Benz tem cerca de dois mil milhões de euros em ativos na Rússia que pode perder caso Moscovo decidam expropriar propriedade de empresas estrangeiras.
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A Renault viu uma queda nas suas ações para um mínimo próximo do de novembro de 2020.
Já o Grupo BMW viu-se obrigado a rever as margens de lucros expectáveis para 2022, já que a guerra na Ucrânia irá ter impacto na cadeia de fornecimento e na economia global.
Sanções internacionaisA União Europeia está a equacionar criar uma sanção que proíbe a Rússia de importar carros de mais de 50 mil euros. Caso a sanção seja aprovada, irá impedir marcas como a Audi, a BMW, a Mercedes-Benz e a Ferrrari de venderem alguns dos seus modelos na Rússia.
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