Skoda relembra presença nas 24h Le Mans e convida Hans-Joachim Stuck para testar o carro

Provavelmente esta é uma das marcas que não imaginava nas enigmáticas 24h de Le Mans. Mas a Skoda já participou e conta-nos como foi
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No vídeo acima a lenda alemã do desporto automóvel, Hans-Joachim Stuck, a convite da Skoda Sports testa e fala sobre o modelo recuperado idêntico ao que participou nas 24h de Le Mans. O veterano piloto correu nove vezes em Le Mans, teve duas vitórias absolutas, dois segundos lugares, três terceiros lugares e uma vitória à categoria, num curriculum impressionante.

Como é que tudo começou?

No início dos anos 50, o desporto automóvel estava longe de ser algo relevante na Checoslováquia, mas depois da segunda guerra mundial, estavam a regressar as provas internacionais mais importantes como a Fórmula 1 ou as 24 Horas de Le Mans.

A Checoslováquia viu isto como uma excelente oportunidade de promover os seus modelos, pelo que começou a trabalhar numa equipa para participar na conhecida prova de resistência. Para começar, usou um dos seus 1101 Tudor, que viu o seu peso reduzido, o motor colocado numa posição diferente e o seu tamanho ajustado.

A carroçaria aberta foi construída à mão usando folhas de alumínio e o depósito de combustível foi instalado atrás dos assentos. A grelha dianteira tinha um desenho semelhante à do Skoda Tudor do qual derivada e foi deste mesmo modelo que foram herdados os faróis dianteiros, o sistema elétrico de 12V da PAL e os pneus da Barum.

Foram construídos dois modelos de cor azul, equipados com o mesmo motor de 1100cc, mas com dois patamares de potência, uma vez que um deles estava equipado com um sistema de sobrealimentação. Para a prova de Le Mans, no entanto, a distância entre eixos cresceu 180 mm, foram adicionados dois faróis extra junto da grelha dianteira e a carroçaria foi pintada com as cores nacionais. Foi adicionado um pequeno para-brisas e os pneus passaram a ser uns Michelin. Com o depósito cheio, ferramentas e peças sobressalentes, o carro pesava apenas 700 quilos.

O motor era o mesmo bloco de quatro cilindros e 1089cm3, agora com 50 cavalos às 5200 rpm, graças a um ratio de compressão diferente e a um novo carburador da Solex, entre outros ajustes. O combustível usado em prova permitia-lhe obter uma velocidade máxima de 140 km/h, mas com uma média de consumo em torno dos 12 litros, o que se traduzia em cerca de quatro horas de condução por cada depósito de combustível.

A corrida da Skoda em Le Mans

A corrida teve início às 16 horas do dia 24 de junho de 1950, com a partida tradicional de Le Mans, com os pilotos de um lado da pista e os carros do outro. Ambos os pilotos chegaram a ocupar o segundo lugar na sua categoria, com uma velocidade média de 126 km/h, mas na 13ª hora da prova, o motor perdeu potência na 121ª volta e foram forçados a retirar-se. Tudo devido a um fusível partido. A bordo, apenas podiam ser transportadas algumas peças de substituição e um fusível não foi uma delas.

Depois disto e por razões políticas, a Skoda não regressou a Le Mans. O Skoda Sport continuou a participar em diversas provas e continuou a ser evoluído, chegando a um pouco em que já contava com 190 cavalos, tendo mesmo batido um recorde de velocidade em 1953. Mas depois disso, estes modelos acabaram por ir parar a clientes privados, que os usaram em competição durante mais dez anos.

Em 2020, o Skoda Sport que vê nas imagens já se encontra totalmente restaurado e esteve quase para participar na prova Le Mans Classic, com o objetivo de comemorar o 70º aniversário da sua presença em La Sarthe, mas este foi um dos eventos cancelados pela pandemia de COVID-19.

 

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