Numa quinta-feira frenética no universo KTM do MotoGP, Brad Binder deixou de ser o futuro companheiro de equipa de Miguel Oliveira na Tech3 KTM para ser anunciado como piloto da equipa de fábrica, onde fará dupla com Pol Espargaró.
Iker Lecuona vai deixar o Moto2 para se juntar a Miguel Oliveira na equipa satélite da KTM e, no final das contas, o jovem piloto português acabou por admitir que não ficou satisfeito por não ser promovido à equipa de fábrica.
“Não participei em nada. Ninguém me pediu a opinião sobre isto. Quando soube, disse que não estava contente por não ser promovido à equipa principal. Mas, de qualquer forma, aceito esta decisão da KTM e estou totalmente empenhado na Tech3, que é uma equipa onde me sinto bem e onde quero prosseguir e fazer bons resultados na próxima época”, afirmou Miguel Oliveira ao MotoGP
Questionado de novo sobre se esperava ser o escolhido para a equipa de fábrica, Oliveira falou de como viveu a situação criada pela saída de Johann ZXarco da KTM; “O lógico... parecia ser esse o caso... Fui abordado pela KTM em Misano, onde me perguntaram-se estava bem comigo que Mika Kallio fosse o piloto para o resto da temporada e para 2020 e eu disse que estava perfeitamente bem.”
“Mas quando a situação mudou, eu disse que se calhar [Binder] não era merecedor deste lugar. Mas é assim que funciona e eu respeito sempre a KTM e as suas decisões”, garantiu o piloto português cuja versão não coincide com a do diretor da equipa da KTM, Mike Leitner.
“Foi claro. O primeiro piloto a quem perguntámos para substituir o Johann foi o Miguel. Ele teve a oportunidade de mudar de lugar e a sua resposta foi também muito clara, que preferia ficar na sua equipa”, afirmou Leitner também o MotoGP.
No meio desta diferença de apreciações, o diretor da equipa austríaca garantiu total apoio a Miguel Oliveira na Tech3: “Se ele esta bem lá, sabe que lhe daremos a mesmo moto. (…) O Miguel tem agora um ano de experiência, pode fazer um grande trabalho no próximo ano tentaremos ajudá-lo em todos os aspetos da moto."
Hervé Poncharal, o diretor da Tech3, explicou também ele o seu ponto de vista partindo antes desta ‘revolução’. “Estávamos muito contestes com o alinhamento do Miguel Oliveira e do Brad Binder. Mas houve um francês [Johann Zarco] que teve uma decisão estranha e isso teve um efeito dominó. Depois de algumas semanas de dor de cabeça para encontrar o homem certo, era óbvio que o Brad tinha de ir para a equipa de fábrica para estar perto do Pol Espargaró”, referiu o responsável francês.
Poncharal explicou que, “depois, havia a missão de encontrar alguém para a equipa e o líder da Tech3 não teve dúvidas: “Rapidamente, disse ‘o meu homem é Iker Lecuona.”
Ao ser-lhe perguntado sobre Miguel Oliveira não ser promovido à KTM de fábrica, Poncharal contou o que lhe contaram: “Foi-me dito (eu não estava nessa reunião), em Misano, [que] a equipa de fábrica da KTM, Pit Beirer [diretor desportivo] e Mike Leitner, tiveram uma reunião com o Miguel Oliveira e perguntaram, ‘se no caso de termos de levar alguém para substituir o Johann Zarco tu estarias preparado para vir?’. Eles disseram-e que o Miguel - , e o Miguel confirmou-me em Misano – respondeu ‘se tiver o mesmo tratamento técnico preferia ficar na Tech3.”
“Isto é a escolha dele”, considerou Poncharal acrescentando que, em 2020, os quatro pilotos ligados à KTM vão ter as mesmas condições: “A KTM disse que todos terão a mesma maquinaria, com a mesma evolução e a mesma especificação. Por isso, no final do dia é mais o ambiente humano do que outra coisa. O Miguel sente-se bem na equipa. Para mim, isto é uma decisão limpa e clara.”
Poncharal reforçou ainda que “a Red Bull KTM apoia 200 por cento o Miguel, gostam dele, confiam nele”. “Está com eles desde o Moto3, o Moto2 e nada fariam para prejudicar a carreira do Miguel. De forma alguma”, assegurou o francês.