Jean-Pierre Jabouille: "O Renault RS10 continua a ser um carro duro de pilotar"

Renault assinala 40 anos sobre a primeira vitória de um motor turbo na F1
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Para festejar os 40 anos do orgulho gaulês na primeira vitória do motor Renault na Fórmula 1, a marca francesa fez sair do museu o carismático RS10, que venceu o GP de França de 1979, disputado no circuito de Dijon

O circuito de La Ferté Gaucher, foi o palco para assistirmos ao regresso do conhecido monolugar ao asfalto.

Jean-Pierre Jabouille, o engenheiro da Renault e piloto da marca, voltou a calçar as luvas e a colocar o capacete para recordar uma vitória que lhe ficou gravada para sempre na memória.

A entrada da Renault na Fórmula 1 não foi fácil e apesar da decisão ter sido tomada em 1975, só em 1977 se tornou efetiva.

Meses depois de muitos estudos a marca francesa decidiu introduzir um motor turbocomprimido no seu monolugar, algo absolutamente inédito para a época na Fórmula 1.

Desta forma a estreia do motor turbo da Renault aconteceu em Silverstone e os problemas com o motor acabaram por marcar os primeiros tempos.

No entanto, dois anos mais tarde, a Renault acabaria por chegar à gloria com a sua ‘chaleira amarela’, nome utilizado por Ken Tyrrell para descrever o carro da Renault, devido ao muito fumo preto que libertava devido aos problemas iniciais com o motor.

O GP de França de 1979, disputado no circuito de Dijon, ficou para história da classe rainha do automobilismo. Pela titânica luta entre Gilles Villeneuve (Ferrari) e René Arnoux (Renault) pela segunda posição, mas mais do que isso, pela vitória de Jean-Pierre Jabouille aos comandos do Renault RS10, uma proeza para o antigo engenheiro que ainda hoje não esquece.

“Eu lembro-me de estar confiante que poderíamos chegar à vitória. Tínhamos realizado uma simulação de corrida no mês anterior e não tínhamos conhecido muitos problemas com o motor e quando conseguimos em Dijon foi uma satisfação enorme, já que para além do motor, tínhamos um chassi muito bom, bem como os pneus Michelin. O RS10 era um carro fabuloso”, sublinhou Jean-Pierre Jabouille, falando aos jornalistas no evento da Renault.

A vitória do Renault acabaria por marcar o início de uma nova era na Fórmula 1, já que as restantes equipas acabaram por perceber a necessidade de equipar os seus monolugares com bloco turbo, para não deixarem a Renault dominar a competição.

“Para mim é sempre um prazer assinalar este dia. Já passaram 40 anos da primeira vitória com o motor turbo da Renault e o RS10 continua a ser um carro duro de pilotar. Talvez regresse nos 100 anos”, brincou Jabouille

O antigo piloto francês deixou a F1 em 1981, após um acidente no GP do Canadá que lhe provocou fraturas nas duas pernas.

O antigo piloto francês recordou ainda que hoje a Fórmula 1 é bem diferente do seu tempo onde a emoção era bastante elevada.

“As corridas hoje são muito diferentes, antigamente não tínhamos telemetria, por exemplo e quando algo estava mal, o motor acabava por se calar. Hoje não é assim e tudo se resume a quem vai ganhar. A Mercedes faz o seu trabalho e acaba sempre com o mesmo a conquistar a vitória, grande parte das corridas acabam com a vitória do mesmo”, sublinhou Jean-Pierre Jabouille.

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