F1 em 2020: ...e Hamilton já não tem ninguém acima dele

O mais inesperado no reino do heptacampeão foi a infeção pelo vírus
Texto
Lewis Hamilton (Associated Press)
Lewis Hamilton (Associated Press)

Era esperado e foi consumado. O Mundial de Fórmula 1 de 2020 consagrou Lewis Hamilton como o segundo heptacampeão mundial da história. A partir deste ano, o inglês de 35 anos já não tem quem quer que seja acima dele na F1 ao ter igualado o máximo de títulos de Pilotos que era, até agora, detido apenas por Michael Schumacher.

-Hamilton e a Mercedes: Lewis Hamilton tem dezenas de recordes na F1. Nesta época, atingiu os três que serão os mais importantes – e que eram até este ano detidos de forma absoluta por Schumi. Um deles é o já referido de sete títulos mundiais; o outro, é o de maior número de corridas ganhas estabelecido em 92 no regressado GP de Portugal e aumentado para 95 até final da época; e o terceiro foi o de pódios (165 contra 155 do alemão)

A somar à vasta lista de recordes, Hamilton ultrapassou ainda o «kaizer» em número máximo de corridas terminadas nos pontos (229/221) e bateu as suas próprias marcas de corridas consecutivas nos pontos (48/33) e de máximo de pontos consecutivos somados (998/623) – ambas entre o GP da Grã-Bretanha de 2018 e o GP do Bahrain de 2020. O domínio de Hamilton, com 11 corridas ganhas neste ano, teve corolário no GP da Turquia, a três provas do fim.

No outro lado desta moeda está, obviamente, a Mercedes – também ela sete vezes campeã mundial e nova recordista de títulos consecutivos (ultrapassando os seis da Ferrari). A equipa alemã ganha desde que há era híbrida na F1 e este ano não foi exceção, com uma larga vantagem de 13 triunfos em 17 provas perdendo apenas duas das pole positions. De forma curiosa, o ano termina sem o anúncio da renovação para 2021 entre Hamilton e Mercedes.

-Estreias a faturar: o ano de 2020 juntou dois novos estreantes à lista de agora 77 vencedores de um grande prémio: Pierre Gasly e Sergio Pérez. O francês de 24 anos venceu o GP de Itália dando também a primeira vitória na F1 à nova AlphaTauri.

A F1 passou também a ter o nome Racing Point inscrito entre as equipas vencedoras com o primeiro triunfo de Pérez. O mexicano de 30 anos chegou pela primeira vez ao lugar mais alto do pódio ao final de dez anos no Grande Circo vencendo o GP de Sakhir, que foi a penúltima prova de uma época que quase o viu ir-se embora sem equipa.

A Racing Point teve ainda mais motivos para festejar com a estreia de Lance Stroll nas pole positions no GP da Turquia. Kimi Raikkonen não pode deixar também de ser referido nos brilharetes ao tornar-se o piloto com mais participações em grandes prémios (332) batendo na Alfa Romeo aos 41 anos o anterior recorde de Rubens Barrichello (326).

-Dança de cadeiras agitada: Foram várias e bem significativas as mudanças para 2021 conhecidas bem dentro da época de 2020 com anúncios de muitos pilotos consagrados em novos carros no ano que vem. Desde logo merece referência a saída do tetracampeão Sebastian Vettel da Ferrari para a nova Aston Martin (Racing Point). Também a troca da Renault pela McLaren por Daniel Ricciardo não merece menos expetativa.

Carlos Sainz Jr. troca a McLaren pela Ferrari e Sergio Pérez conseguiu manter-se na grelha ingressando na Red Bull com ambos a guardarem para si alguns dos holofotes destinados. Mas a divisão das luzes terá de contar também com o regresso de Fernando Alonso à F1 para defender a Alpine (Renault) depois de dois anos de ausência do bicampeão mundial espanhol. O chamariz dos nomes termina com a chegada de Mick Schumacher à F1, com a Haas, 30 anos depois da estreia do seu pai.

-Ano atípico: A covid-19 acaba por não poder ficar de fora, pois, como todo o mundo, também a F1 foi afetada pela pandemia – com Pérez, Stroll e Hamilton a terem ficado infetos durante o campeonato – cuja incidência afetou um calendário que ficou reduzido das inicialmente 22 provas previstas a 17 passando por muitas anulações de grandes prémios e a entrada inesperada de outros ou a repetição de circuitos.

Foram 13 o total de cancelamentos (incluindo a estreia do Vietname e o regresso da Holanda). Portugal foi um dos regressos que ‘não estava no programa’, assim como a Turquia e a pista de Nurburgring. O Circuito de Mugello estreou-se como o Autódromo Internacional de Portimão. O Red Bull Ring, Silverstone e a pista de Sakhir, no Bahrain, receberam duas corridas neste ano marcado ainda por uma penalização à Racing Point pelo uso de peças listadas da Mercedes e por um dos maiores acidentes de sempre protagonizado por Romain Grosjean no GP do Bahrain.

Continuar a ler
Descobre o teu mundo.
Recebe a nossa newsletter semanal.
Home
Radares da PSP na próxima semana até 30 de abril
Renováveis: energia eólica com maior crescimento de sempre em 2023
A pensar nas férias? Este destino português tem prémio de sustentabilidade