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Baterias sem reparação podem atirar carros elétricos para o lixo

Dificuldade em reparar conjuntos de baterias de automóveis que sofreram pequenos acidentes aumenta prémios de seguro

Muitos veículos elétricos estão a ser encaminhados diretamente para abate após colisões ligeiras e mesmo com pouca quilometragem. A razão? As baterias, cujo difícil acesso e a falta de informação torna, muitas vezes, impossível a sua reparação.

Para além dos problemas de ordem ambiental que esta situação pode causar, deitando assim por terra a grande mais-valia da mobilidade elétrica, há um outro setor que a está a sentir de forma mais direta: os seguros. Perante o abate precoce de veículos elétricos, não resta outra solução às companhias senão aumentar o valor dos prémios.

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A impossibilidade de reparar conjuntos de baterias, mesmo com pequenos arranhões, faz com que estes componentes se estejam a acumular em sucatas um pouco por todo o lado, para além de que o abate do próprio veículo, caso seja necessário, torna toda a mobilidade elétrica pouco sustentável.

Baterias para automóvel elétrico (foto: Seat)

Convém lembrar que as baterias podem custar dezenas de milhares de euros e representar até 50% do preço de um automóvel elétrico, o que em muito casos torna a sua substituição inviável do ponto de vista económico.

Há automóveis cujas baterias são mais difíceis de reparar?

Entre os diversos construtores que produzem automóveis elétricos, há um que se destaca pela negativa no que à reparação de baterias diz respeito.

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Enquanto alguns fabricantes, como a Ford e a General Motors, afirmam ter tornado as suas baterias mais fáceis de reparar, a Tesla tomou o caminho oposto com o seu Model Y, construído no Texas. O seu novo pacote de baterias estruturais (fazem parte da própria carroçaria do carro) foi descrito por especialistas como tendo "capacidade de reparação zero".

Tesla Model Y (foto: divulgação)

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A decisão de construção tomada pela empresa de Elon Musk fez com que os custos de produção baixassem. No entanto, esses custos podem vir a ser acarretados pelas seguradoras, que terão de dar o carro como perdido, mesmo perante uma colisão ligeira. Consequência: o inevitável aumento dos prémios dos seguros.

Impossibilidade de reparação reflete-se nos prémios de seguro

De acordo com as seguradoras e especialistas da indústria, a menos que a Tesla e outras marcas produzam baterias mais facilmente reparáveis e forneçam a terceiros dados sobre as respetivas células, os prémios de seguro, já elevados, continuarão a aumentar.

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A situação, dizem, vai agravar-se à medida que as vendas de veículos elétricos crescerem e mais automóveis com pouca quilometragem forem desmantelados após sofrerem colisões.

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Fábrica de baterias
Qual a solução para o problema?

Segundo Christoph Lauterwasser, director-geral do Allianz Center for Technology, um instituto de investigação do grupo segurador Allianz, o número de casos vai aumentar, pelo que o tratamento das baterias é um ponto crucial.

Citado pela Reuters, o responsável lembra que a produção de veículos elétricos a baterias emite muito mais CO2 do que os modelos alimentados a combustíveis fósseis, o que significa que os primeiros têm de ser conduzidos durante milhares de quilómetros antes de compensarem essas emissões extra.

Se se deitar fora o veículo numa fase inicial, perdem-se praticamente todas as vantagens em termos de emissões de CO2”, destacou.

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