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Condutores com mais de 60 anos devem ser testados para renovar a carta de condução?

A perda de determinadas capacidades com a idade pode ser causa de acidentes e há quem defenda a necessidade de testar condutores para renovar licença

Poder conduzir de um sítio para o outro garante liberdade na mobilidade e torna o dia a dia de muita gente mais simples. No entanto, os carros são também fonte de perigo, especialmente quando, por algum motivo, quem está atrás do volante não está apto para conduzir.

O consumo de álcool e o uso do telemóvel durante a condução são dois exemplos de fatores que interferem com a condução. Mas há outro fator anterior aos vícios e à tecnologia que tem uma importância fulcral: a perda de capacidade decorrente da idade.

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Vários são os países que têm mecanismos para tentar perceber se os idosos devem ter carta. Em Portugal, por exemplo, apesar de não ser feito nenhum teste de condução, a partir dos 60 anos a renovação da carta ocorre de cinco em cinco anos e o intervalo reduz para dois anos a partir dos 70. Para além disso, é necessário apresentar um atestado médico e um certificado psicológico.

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Face a isto, há duas questões que se impõem: até que ponto se deve testar os condutores a partir de certa idade para perceber se continuam aptos a agarrar no volante e fazer-se à estrada? E será que os condutores estão abertos à ideia de verem as suas aptidões testadas?

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Um estudo feito no Reino Unido pela IAM RoadSmart, uma instituição de segurança na estrada, concluiu que os motoristas mais velhos não se importam de ser testados. Dos três mil condutores com mais de 60 anos entrevistados, mais de metade concorda que os seniores deveriam fazer um exame de aptidões de cinco em cinco anos para poderem renovar a carta de condução e 65% admitiu que se houvesse um teste que pudesse ser feito em casa, usá-lo-iam.

Apesar de em alguns países já existir licenças flexíveis, que restringem as pessoas de conduzir em determinadas conduções devido a alguma limitação que possam ter, o mesmo não acontece no Reino Unido. Ainda assim, 46% dos inquiridos acredita que estas licenças poderiam ser benéficas.

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A Coreia do Sul é outro país que não tem qualquer lei que restrinja a renovação da carta a partir dos 60 anos a não ser que haja um diagnóstico de demência. Por isso, as autoridades locais querem implementar uma nova regra para que condutores idosos tenham de testar as suas capacidades ao volante.

Para tal, vai começar agora um projeto de investigação em que vão usar realidade virtual para testar condutores a partir dos 65 anos. O teste de realidade virtual servirá para analisar as capacidades de condução, cognitivas e de memória.

Atualmente ainda não se sabe como irá funcionar o teste, nem como irá testar os condutores. Acredita-se que possa ser semelhante aos testes efetuados por uma investigação académica em que o condutor era exposto a situações de risco tanto em cenários diurnos como noturnos e era analisada a capacidade de reação.

(Fotos: Unsplash e Pexels)

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