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Afinal as centrais de energia nuclear em Espanha encerram ou não?

Lobby empresarial espanhol pede extensão da energia nuclear para além da data anunciada

Espanha possui seis centrais nucleares que atualmente são responsáveis pela produção de cerca de 20% da eletricidade consumida no país, mas o executivo de Madrid quer encerrá-las todas até 2035, incluindo a central de Almaraz próxima da fronteira com Portugal (em Cáceres) e refrigerada pelo Rio Tejo.

O governo espanhol liderado pelo primeiro-ministro Pedro Sanchez anunciou um plano para encerrar todas as centrais nucleares existentes em Espanha a partir de 2027 e até 2035. Mas esta promessa pode estar em risco por pressão de empresários locais.

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De acordo com a Reuters, na semana passada acentuou-se o lobby a favor da extensão da utilização das centrais nucleares que geram um quinto da energia consumida no país vizinho.

Manifestação anti-nuclear em Espanha (foto: Jorge Gonzalez/Pacific PressLightRocket/GettyImages)

O destino das centrais nucleares tem sido um tema de forte debate, inclusive na última campanha eleitoral, com o Partido Popular (PP), da oposição conservadora, a comprometer-se a reverter a planeada eliminação progressiva das centrais nucleares.

Um acordo de coligação entre partidos de centro-esquerda que procuram formar um governo confirmou “o desmantelamento ordenado e progressivo” dos reatores nucleares.

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Manuel Pérez-Sala, presidente do lobby empresarial Círculo de Empresários afirmou recentemente que entre os membros do grupo que representa estão 230 líderes empresariais e gestores de topo que pretendem ver reconhecida a necessidade de prolongar a vida útil das centrais elétricas já instaladas, a bem da estabilidade do sistema.

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Manter as centrais nucleares a funcionar exige investimentos de vários milhares de milhões de euros em centrais antigas, mas oferece a garantia de energia estável, disse num evento de transição energética que o grupo realizou em Madrid.

A Ministra da Energia em exercício, Teresa Ribera, que apoia um modelo energético baseado em energias renováveis, como a solar e a eólica, defendeu inúmeras vezes a eliminação progressiva da energia nuclear.

Prolongar a vida útil das centrais nucleares “não é viável e o seu custo recairia necessariamente sobre os cidadãos, porque é necessário garantir investimentos em segurança”, afirmou durante a campanha eleitoral.

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