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200 km de aventuras e desventuras ao volante do elétrico Nissan Ariya

Testámos a mais recente proposta elétrica da Nissan que surpreendeu pela autonomia e encantou pelo design e tecnologia

Cinco dias e toda a liberdade para experimentar o crossover elétrico da Nissan. Foi assim que começou esta pequena aventura em Lisboa ao volante de um Ariya 87 kWh Evolve, com autonomia anunciada para 525 km em ciclo combinado, um veículo disponível a partir de 62,7 mil euros.

Peguei no Nissan Ariya já armada com uma lista de conselhos. “Vê bem onde podes carregar o carro perto de ti”; ”Planeia as tuas viagens”; “Cuidados nos arranques que a potência está toda disponível e arriscas-te…” Resumindo, peguei no elétrico com um pouco de receio, mas acabei por ser conquistada muito depressa.

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Testámos o Nissan Ariya 87 kWh Evolve (foto: AWAY/DR)

Não era a primeira vez que conduzia um elétrico – o primeiro e único foi um Citröen Ami (sim, o microcarro) -, nem tão pouco era a primeira vez que conduzi um crossover - experimentei o Nissan X-Trail pelas estradas da Eslovénia. Ainda assim, tudo nesta experiência prometia uma série de primeiras vezes e um sem fim de descobertas. E foi isso que aconteceu ao longo dos mais de 200 km que fiz com o mais recente elétrico da Nissan.

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Design moderno e uma mão cheia de tecnologia

O Nissan Ariya é aquele automóvel ideal para famílias, com muito espaço no habitáculo e uma bagageira onde dá para deixar toda a tralha dos miúdos. Isto tudo sem deixar de ser um carro confortável e sofisticado, com um design simplista e moderno, e com um interior tecnológico em que se destacam os vários ecrãs e os botões que ficam quase camuflados no painel.

Interior do elétrico Ariya (Foto: AWAY/DR)

E se por um lado isto é altamente estético, no início não me surpreendeu. Os botões davam pouco feedback e o sistema de infoentretenimento tornava-se um pouco confuso. No final, só me perguntava se seria realmente necessário incluir tantas funcionalidades para serem exploradas num veículo. Ainda agora, parece-me só uma fonte de distração.

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Depois de clicar em todos os botões e mais alguns, ligar o telemóvel ao Ariya, testar as belas colunas – são dez da Bose – e andar a ativar e desativar funcionalidades, posso referir que houve duas tecnologias que me encantaram: o head-up display e o e-pedal, uma funcionalidade que permite conduzir usando só e apenas o pedal do acelerador (sim, o travão é meio chutado para canto).

Ansiedade com a autonomia e carregamento

Toda a gente que anda de veículos elétricos fala na ansiedade do carregamento. Só não pensei que fosse senti-la logo quando arranquei do parque de estacionamento da Nissan. Antes ainda de chegar a casa, e são apenas 10 km, já estava a ver a bateria a descer para os 98% e comecei logo a perguntar-me se ia ter de passar o fim de semana a carregar o veículo.

Foi um receio infundado. A autonomia do Ariya mostrou-se irrepreensível e mesmo depois de 200 km de estrada, ainda estava com mais de 60% de bateria.

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Ainda assim, era essencial testar o carregamento. Escolhi um carregador de 3,7 kW relativamente próximo de casa, perdi uns minutos a ler o manual de instruções e pu-lo a carregar. O processo é simples, mas o carregamento lento – em cinco horas, a bateria aumentou pouco mais de 20%. Por outro lado, gastei cerca de três euros.

Nissan Ariya em carregamento (foto: AWAY/DR)

Sei que tem que ver com o carregador escolhido, mas a decisão teve por base proximidade e conforto. A verdade é que se o carro fosse meu, era ali que seria quase sempre carregado.

Conduzir um crossover elétrico numa cidade marcada pelo trânsito

Apesar do tamanho, desloca-se tão bem dentro da cidade, como na autoestrada, como nas ruas estreitas e íngremes de Sintra e de Monsanto. Os sensores facilitam as manobras até em espaços mais pequenos e fazem com que até o ato de estacionar seja simples e rápido.

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Além de todos os apetrechos eletrónicos, do facto de ser confortável e de ter interiores modernos, foi o motor elétrico que tornou toda a experiência ainda mais interessante.

Apesar do tamanho, sensores facilitavam estacionamento (foto: AWAY/DR)

A ausência de barulho durante a condução tornou as viagens mais agradáveis e o motor respondeu de forma exímia a acelerações mais repentinas para uma ou outra ultrapassagem.

Vai haver quem vá sentir saudades de passar mudanças, fazer reduções ou ouvir o motor a trabalhar. Não sou uma dessas pessoas. O silêncio conquistou-me. A única pequena desvantagem é que uma pessoa quase se esquece que o automóvel está ligado, e no primeiro dia, cheguei a sair do Nissan Ariya sem o desligar.

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