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Há vírus “zombie” presos no gelo. E se eles voltarem à vida?

Cientistas alertam que à medida que o planeta aquece, vírus presos no gelo há dezenas de milhares de anos começam a ressurgir

As alterações climáticas estão a fazer com que o ser humano enfrente cada vez mais situações extremas como secas, incêndios e cheias. Há ainda um outro risco que o aquecimento do planeta está a tornar cada vez mais real: o ressurgimento de vírus “zombie” congelados há dezenas de milhares de anos.

A camada de gelo no subsolo que nunca deveria derreter, a permafrost, está a descongelar devido à subida das temperaturas. E, por entre estas camadas, há bactérias e vírus que podem representar um risco para humanos e animais.

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Cientistas estudam vírus presos na camada de gelo (foto: Julia Koblitz/Unsplash)

Na tentativa de perceber que risco corremos, os cientistas têm estado a fazer vários estudos e estão a reviver alguns dos vírus e bactérias que identificam para poderem estudá-los. Recentemente, descongelaram um vírus com mais de 48.500 anos e concluíram que este permanece infecioso mesmo passado tanto tempo.

Num estudo publicado em fevereiro na revista científica Viruses, os autores referem que se for uma bactéria pré-histórica, há hipótese de esta ser facilmente controlada com os antibióticos à nossa disposição.

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O mesmo não se pode dizer em relação aos vírus. Nesse caso, alertam os cientistas, a situação seria muito mais desastrosa, já que como aconteceu com a covid-19, não há tratamentos específicos ou vacinas já à nossa disposição.

O que é que está à espera no gelo

Um verão extremamente quente fez com que a camada de permafrost na Sibéria começasse a derreter e a libertar antraz, o que provocou um surto da bactéria em renas.

Além do vírus com perto de 50.000 anos, os cientistas conseguiram isolar e reviver vários vírus, entre eles uma estirpe gigante com 27 mil anos que vinha na lã dos mamutes.

Antraz provocou surto em renas (foto: Saad Chaudhry/Unsplash)

Mas além dos vírus que já estão a ser identificados, há tantos outros desconhecidos que permanecem presos na camada de gelo há dezenas de milhares de anos.

Não se sabe ao certo quando tempo conseguem sobreviver quando expostos ao ambiente exterior ou qual a probabilidade de encontrarem um hospedeiro adequado e de o infetarem.

Os cientistas deixam assim o alerta: à medida que o aquecimento global progride e o gelo derrete, o risco para o ressurgimento de vírus e bactérias desaparecidos há milhares de anos aumenta. E pouco se sabe sobre o seu impacto no planeta.

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