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Extração sustentável de lítio passa pela região da Floresta Negra, na Alemanha

Australianos da Vulcan têm em curso ambicioso projeto de 1,5 mil milhões de euros para a região, mas enfrentam a desconfiança das comunidades locais

O lítio é essencial para os novos conceitos de mobilidade. Foi esporadicamente usado na economia baseada no petróleo, mas, agora, são essenciais uma vez que para se fabricar a bateria de um moderno automóvel elétrico, são necessários cerca de oito quilos deste metal.

Atualmente a sua proveniência é, maioritariamente, de minas a céu aberto na Austrália ou na América do Sul, onde o elevado consumo de água e a libertação de materiais tóxicos a partir de enormes tanques de evaporação são uma realidade. A matéria-prima é depois enviada para a Ásia onde é processada. Conclusão: quando o lítio é aplicado nos automóveis elétricos, já foi emitido muito dióxido de carbono. Contudo, há uma empresa que propõe uma alternativa bem mais ecológica.

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Floresta Negra, Alemanha

É num vale, junto à Floresta Negra, na Alemanha, a pouco mais de três quilómetros de profundidade que se pode encontrar lítio suficiente para um milhão (ou mais) de veículos elétricos por ano. A Vulcan Energy Resources assegura que o pode explorar a cerca de metade do custo de outro tipo de fontes e sem emitir gases com efeito de estufa. Para tal, tem em curso um projeto de 1,5 mil milhões de euros para a região.

Stellantis assina contrato com Vulcan Energy Resources

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O ambicioso projeto de extração de lítio na Floresta Negra não está, contudo, imune a críticas. Se por um lado existe uma preocupação com o facto da tecnologia a ser usada nunca ter sido implantada em larga escala, por outro, os riscos inerentes à bombagem de salmoura de lítio para a superfície, nomeadamente com a possibilidade de fazer tremer a terra, é motivo de apreensão e de oposição por parte das comunidades locais.

Na Alemanha, a Vulcan irá intervir num processo de criação de energia que já é implementado há muitos anos por unidades geotérmicas e que passa por bombear fluídos situados abaixo da superfície da terra para gerar eletricidade. Uma vez que o lítio na salmoura não estava a ser aproveitado, a empresa australiana irá acrescentar uma etapa na extração, antes dos fluídos serem reintroduzidos na terra.

Após montar uma pequena fábrica piloto, a Vulcan produziu, no final de setembro, o seu primeiro lote de lítio com qualidade para ser aplicado em baterias. A empresa conta iniciar a produção em maior escala em 2024 e já tem contratos de fornecimento com o grupo Stellantis, a Volkswagen e com o fabricante de baterias LG Chem.

(Fotos: captura, R.Sam/Unsplash e D.R.)

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