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Voos noturnos, jatos privados e viagens fantasma. Em Portugal vale tudo?

Parlamento rejeita proibição de voos noturnos, voos fantasma e restrição de jatos privados

Parece uma daquelas notícias típicas de clickbait, mas infelizmente o tema é real e passou-se em Portugal na passada sexta-feira. O parlamento rejeitou um projeto de lei que visava proibir a realização de voos noturnos e de voos fantasma, bem como limitar voos de jatos privados.

Foi a 2 de dezembro, que os deputados tinham que votar um diploma que limitasse este tipo de atividades aeronáuticas. Mas foi rejeitado. Política à parte, vamos por partes.

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Os voos noturnos afetam a saúde pública, perturbam o descanso e o sono dos munícipes, são fontes de ruído adicional e baixam a qualidade de vida da população, já de si bastante afetada em Lisboa pelos voos de chegada ou partida do aeroporto Humberto Delgado. Quem o afirma são vários deputados do próprio parlamento que chumbou a iniciativa.

Asa de avião à noite (foto: Aaron Hiiborn/Pexels)

Os voos de jatos privados têm também sido objeto de crítica porque, o custo ambiental de viagens com poucos passageiros (normalmente superricos) é enorme e ainda mais nefasto para o ambiente.

Vê aqui também: Google acusada de esconder verdadeiro impacto ambiental da aviação

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E os voos fantasma? Pois bem, não são voos com almas penadas ou zombies, mas sim, voos que ocorrem inúmeras vezes com aviões praticamente vazios com o único objetivo de as companhias aéreas não perderem o slot que está alocado a esse horário. Sim, um avião de dezenas de toneladas, vazio, a consumir combustível para assegurar que o pode continuar a fazer…

Avião privado (foto: Bawah Reserve/Unsplash)

Em todos os casos há um denominador comum que pode ser acrescentado: são todos elevadas fontes de poluição e responsáveis por elevadas doses de emissões de gases poluentes.

Sabias que a Azores Airlines já fez um voo com combustível sustentável em Portugal?

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O problema dos voos noturnos em Lisboa foi levantado em outubro (o adicional, bem entendido) e o tema até se poderia ter esgotado a 28 de novembro. Isto porque a autorização especial para ocorrerem mais voos noturnos foi derivada da necessidade de mudança do sistema de tráfego aéreo em Lisboa, que, terminou nessa data. Ou seja, após esse dia, continuam, mas menos do que neste período.

Avião no aeroporto (foto: Ahmed Muntasir/Pexels)

Entre acusações de parte a parte, alegações de entropias face à demora em escolher a localização de um novo aeroporto, aprovação ou não de restrições, opções ideológicas e/ou económicas que justifiquem votos contra ou favor, é caso para dizer: ficou tudo na mesma.

O diploma citado no início foi chumbado com os votos contra do PS, PSD, Chega e Iniciativa Liberal e a favor de Bloco de Esquerda (os proponentes), PAN e Livre. O PCP votou a favor de proibir voos noturnos e fantasma, mas absteve-se na restrição aos voos de jatos privados.

Quem perdeu? Todos nós e o ambiente.

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