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Seat Leon vai do deserto do Saara até à Antártida sem sair de Martorell

Simuladores de cenários permitem colocar cada modelo perante a maioria das situações climatéricas mais complicadas do planeta

Até há bem pouco tempo, a grande maioria dos fabricantes não conseguia dispensar o avultado investimento da construção de diversos protótipos e de os colocar a caminho de diversos pontos do globo com o objetivo de os colocar à prova nas condições mais adversas que podemos encontrar à face da Terra.

Mas agora, com o avanço da tecnologia, é possível criar a grande maioria destas situações em simuladores próprios, que se encontram nos centros técnicos e fábricas de cada marca, obtendo assim resultados de uma forma muito rápida – o que acaba por reduzir substancialmente o tempo de desenvolvimento de cada produto.

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No caso do simulador da Seat localizado na fábrica de Martorell, por exemplo, é possível levar um dos novos Leon até ao topo do Monte Branco, mas também ao deserto do Saara e até à Antártida – e tudo isto sem que o carro saia do simulador e percorra mais do que dez metros.

Nas câmaras climáticas é possível simular um nível de calor extremo, mas também as temperaturas que congelam a água em milésimos de segundo, no que são testes excelentes para avaliar o comportamento de diversos modelos e componentes específicos, tais como os que podemos encontrar nas novas opções da Seat com soluções híbridas e totalmente elétricas.

Por todas estas razões, a farda de trabalho em Martorell pode incluir elementos como um casaco térmico, botas de montanha, luvas e até um gorro de lã. Numa das salas testa-se o tempo que um motor elétrico ou híbrido demora até descongelar um para-brisas completamente coberto de gelo, depois de um carro lá ter estado fechado durante 10 horas com uma temperatura de 40 graus negativos e ter sido pulverizado com água que se transformou imediatamente em gelo.

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Na sala do lado, a situação pode ser completamente diferente. Há ventiladores a colocar a temperatura ambiente próxima dos 60 graus e holofotes a recriar uma luz solar com a mesma intensidade que encontraríamos no deserto. O guarda-roupa muda por completo e torna-se obrigatória a utilização de óculos de elevada proteção, sendo que este teste permite verificar a durabilidade de diversos componentes face a temperaturas tão elevadas, bem como a qualidade das tintas usadas na pintura da carroçaria, por exemplo.

Além das variações de temperatura, há ainda a possibilidade de testar cenários de altitude mais elevada necessários para mercados como o México, por exemplo. Para estes casos, a equipa de testes da Seat teve de passar por uma verificação médica especial, mas as pessoas só participam nos testes até aos 3.000 metros de altitude. Acima desse valor e até aos 5.000 metros, com uma pressão atmosférica que pode chegar aos 540 mbar, os robôs assumem o lugar dos engenheiros deixando a equipa de testes fora desta sala a comandar as máquinas a partir de um local mais seguro.

Como complemento às salas climáticas, em Martorell existem também bancos de motores, onde estes podem ficar a funcionar 24 horas por dia, com o objetivo de obter uma melhor calibração e afinação, com um foco muito particular na eletrificação.

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