A maioria da produção de amónia utilizada nos fertilizantes é produzida com recurso a gás natural, um combustível fóssil dominado por países como a Rússia ou os Estados Unidos, o que é um problema para a agricultura de países mais pobres. Mas, em África, o hidrogénio surge agora como solução para resolver não só o problema do fornecimento, como da própria produção de fertilizantes. E o ambiente até ganha com esta nova aposta.
Uma quinta no Quénia prepara-se para ser o primeiro local do mundo com produção local de fertilizante através de hidrogénio renovável, resolvendo vários problemas de uma assentada.
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Naivasha, nos arredores da capital do Quénia, Nairobi, está a assistir à instalação da primeira unidade modular, a nível mundial, capaz de produzir amónia verde com hidrogénio produzido com recurso a eletricidade fornecida por um parque solar local. Um ciclo inteiro de produção renovável.
O hidrogénio (feito a partir da divisão dos átomos de água) será misturado com azoto para criar o fertilizante necessário para a agricultura existente na quinta. Desta forma evita-se a importação de fertilizantes de países distantes, baixa-se drasticamente os gastos (e a dependência das flutuações do custo) e reduz-se as emissões de gases nocivos para a atmosfera que provocam o aquecimento climático.
O projeto que assegura a independência de fornecimento externo e ao mesmo tempo contribui para a sustentabilidade energética e ambiental é da Talus Renewables, uma empresa norte-americana, que irá permitir à Kenya Nut Company a produção de uma tonelada por dia de fertilizante.
No futuro e com unidades de produção maiores a Talus poderá produzir até 200 toneladas por dia, em instalações de 11,5 MW de energia. E África é só o começo. A empresa pretende instalar unidades semelhantes no Iowa, nos Estados Unidos, em colaboração com empresas agrícolas locais.
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