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Transição energética é essencial e custará 5,1 biliões de euros por ano

Relatório da IRENA alerta para falta de empenho na transição energética e destaca ações prioritárias para travar crise climática

Numa altura em que todas as semanas parecem sair novas notícias sobre o aquecimento global e o impacto que este está a ter no planeta e em que o preço do petróleo e do gás atinge máximos diários, torna-se (ainda mais) essencial falar sobre a transição energética e a importância que esta tem e terá para a vida na Terra.

É uma realidade: os eventos que se têm vivido nos últimos tempos deixaram claros os custos para a economia global de um sistema energético apoiado em combustíveis fósseis.

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É com esta premissa clara que a Agência Internacional para Energias Renováveis (IRENA) apresentou o seu World Energy Transition Outlook 2022 (em português Panorama da Transição Energética Mundial), em que analisa o progresso feito e ainda necessário fazer para manter vivo o objetivo de limitar o aumento anual da temperatura média global a 1,5º conforme acordado em Paris em 2015.

Logo à partida, a conclusão da IRENA é que, apesar de os países já terem feito progressos para se afastarem das energias fósseis, tendo investido especialmente nas energias renováveis, ainda há muito caminho para andar.

O alerta é simples: é importante fazer intervenções a curto prazo, mas estas devem ser acompanhadas por objetivos a médio e longo prazo.

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No documento divulgado, a IRENA refere que é importante apostar numa mudança massiva de forma a controlar o aquecimento global e tornar os países menos dependentes das energias importadas – dados mostram que cerca de 80% da população mundial vive em países importadores de energia.

O Outlook considera que é essencial apostar na eletricidade à base de energias renováveis, como a solar, a eólica, mas também o hidrogénio e a biomassa.

Em relação ao hidrogénio, é referido que este tem de deixar de ser uma energia de nicho para passar a ser convencional.

A aposta na eficiência energética será também essencial para se conduzir a uma descarbonização até 2030 de forma a se conseguir atingir a meta do 1,5ºC.

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A mobilidade foi um dos pontos tocados no relatório da IRENA como sendo um dos principais condutores do progresso da transição energética. Até 2030, é essencial aumentar as vendas de veículos elétricos de forma a se conseguir uma frota global 20 vezes superior à atual.

Para se conseguir esta transição e atingir os objetivos do Acordo de Paris, a IRENA estima que será necessário que se faça um investimento anual na ordem dos 5,1 biliões de euros até 2030. Será também importante direcionar o investimento anual nas energias fósseis – de cerca de 628 mil milhões de euros – para tecnologias de transição energética.

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Estima-se que possam desaparecer 12 milhões de postos de trabalho com a redução das energias fósseis. No entanto, com a transição para as energias renováveis, cerca de 85 milhões de novos empregos podem surgir: 26,5 milhões nas energias renováveis e 58,3 milhões nas tecnologias adjacentes, como nas áreas da eficiência energética, redes de energia e hidrogénio.

No Outlook, o caminho para travar o aquecimento global e atingir a neutralidade carbónica traz mais benefícios socioeconómicos do que continuar na estrada que percorremos atualmente.

Finalmente, a IRENA faz um pedido aos governos do mundo para agirem em conjunto, apostando numa cooperação internacional para se atingir os objetivos climáticos. Só assim será possível aumentar a segurança energética e garantir que a energia está acessível a todos, conforme previsto nos Objetivos de Desenvolvimento Económico, das Nações Unidas.

(Fotos: D. Anikin, NASA, D. Meyers, E. Alyoshin, Sigmund, M. Konig, M. Spiske/Unsplash)

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