O grupo construtor de automóveis Daimler considera que as matérias-primas de origem responsável para baterias continuam a ser um desafio crítico a longo prazo, uma vez que a indústria depende de países com condições ambientais e de trabalho controladas.
De acordo com Renata Bruengger, responsável de integridade e assuntos legais da Daimler, em declarações à agência Bloomberg, componentes essenciais como o cobalto, o lítio e o níquel serão os mais difíceis de obter devido às múltiplas etapas de produção e ao facto dos países de origem se debaterem com questões de direitos humanos deficitários.
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Tal como muitos outros fabricantes que estão num processo de conversão para veículos elétricos, também a Daimler, cujo o objetivo passa por ter apenas modelos movidos a energia elétrica a partir de 2030 na maioria dos mercados, se debate com a forma como são obtidas as matérias-primas de que se necessita para as suas baterias.
No grupo alemão a pressão é exercida por parte dos consumidores, mas também a partir do mercado de capitais, com os investidores a consultarem especialistas para discutir cadeias de fornecimento e direitos humanos. O investimento orientado por regras ambientais, sociais e de governação (ESG) é cada vez mais uma realidade e movimenta hoje muitos milhares de milhões de euros.
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Perante este panorama, a Daimler está a adotar uma abordagem de risco, que passa por escrutinar as cadeias de abastecimento mais importantes, entre os seus cerca de 60 mil fornecedores diretos. Em alguns casos (poucos), a empresa tem cortado laços com fornecedores, embora tente manter a relação comercial e usar a sua influência para inverter a situação.
Entretanto, o grupo alemão destacou 24 matérias-primas que representam os maiores riscos para tornar o seu fornecimento totalmente transparente até 2028 e nas quais vai colocar a sua atenção. O objetivo a longo prazo é apenas colocar carros no mercado que utilizem materiais produzidos livres de violações dos direitos humanos.
(Fotos: Daimler e NASA)
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