Como é que se pode aproveitar aquilo que de outra forma iria parar ao lixo? Claro que a resposta vai depender do tipo de lixo de que falamos. No caso da tequila, os restos da produção da bebida espirituosa podem ser transformados em tijolos sustentáveis.
É no México que a tequila Astral é produzida. É também lá que a empresa dá um uso bastante original aos resíduos ou lixo produzidos a partir da destilação da bebida alcoólica através de uma iniciativa de sustentabilidade batizada de Projeto do Tijolo de Adobe.
A ideia foi desenvolvida pela engenheira civil Martha Jiménez Cardoso que trabalha para a Astral. Foi ela que arranjou forma de usar as fibras do agave (conhecidas por bagaço) e o líquido que resulta da destilação (chamado vinhaça) para desenvolver tijolos de adobe, em vez de permitir que acabassem num aterro.
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Estes tijolos, que são considerados os antecessores dos de barro, são produzidos de forma quase artesanal e sem praticamente emissões de dióxido de carbono (CO2). Os resíduos de cada garrafa dão para produzir cerca de dois tijolos.
O processo de produção é simples. Uma máquina combina o bagaço com a vinhaça e solo e cria uma espécie de lama que é colocada manualmente em formas de madeira. Os moldes acabam ao sol para que a massa seque. Ao fim de dez dias, os tijolos estão prontos.
Por dia, são feitos cerca de 300 tijolos que são depois doados às pessoas das comunidades próximas para poderem ser usados nas construções de casas. Recentemente, a Astral fez uma pareceria com a Habitat for Humanity Mexico para construir dez casas em Jalisco, no México.