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Gadgets. Precisamos de tanta eletrónica no carro?

Mas precisamos mesmo de ter tanta tecnologia e eletrónica a bordo?
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Aehra SUV
Aehra SUV

Os carros modernos parecem cada vez mais supercomputadores com inúmeros écrans do que propriamente um carro como estávamos habituados a ter com três manómetros por detrás do volante e um pequeno auto-rádio na consola central. Mas precisamos mesmo de tantos gadgets?

Não são apenas os inúmeros écrans que cada vez mais surgem com resoluções e dimensões de meter respeito que marcam a diferença nos carros modernos. Aquilo que não se vê em termos de tecnologia é aquilo que mais se sente.

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Interior Faraday Future 91

Precisamos de ter tanta tecnologia e eletrónica a bordo?

“Só quero algo para emparelhar o telemóvel”. Já disseste esta frase num concessionário e saíste de lá com um sistema multimédia XPTO a custar o preço de 1000 cabos de auricular? Não és o único.

A verdade é que o telemóvel está no topo das prioridades em termos de necessidade e essa deverá mesmo ser uma preocupação. Ter um sistema mãos livres que permita… atender chamadas. Mas hoje queremos mais, Spotify, Waze, a app da Rádio Comercial…

O surgimento do Google Android Auto e Apple Car Play veio trazer um novo mundo para bordo. Com a ligação do telemóvel ao sistema do carro, passou a ser possível ter as nossas músicas ou podcast favoritos ao alcance de um simples toque. Passou também a possibilitar, por exemplo, ter um sistema auxiliar de navegação (como o Waze ou Google Maps) disponível via telemóvel, mas projetado no ecran do carro

Nos últimos anos, várias marcas desenvolveram sistemas operativos próprios (com ou sem base no sistema Android) e a verdade é que todas estas funcionalidades e muitas outras já estão disponíveis.

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Interior Matador MH2

Ainda se instalam sistemas de som?

Ouvir rádio ou música no carro evoluiu desde o tempo em que se ouvia apenas rádio, depois cassete, CD ou MP3 até aos tempos modernos em que o emparelhamento por Bluetooth permite aceder aos favoritos, por exemplo, dos nossos smartphone.

Mas a rádio continua a ser uma das companhias preferidas e hoje já praticamente não se vende um único carro que não tenha pelo menos rádio. O “pelo menos” é a chave da resposta. As marcas perceberam que os clientes dão importância ao som e não é incomum existir oferta, dentro da própria marca para ter um sistema melhor.

Claro que proprietários de veículos menos equipados, mais antigos ou apenas mais exigentes podem continuar a recorrer a instaladores de som. Mas já não é tão habitual como foi nos anos 90 do século passado.

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A eletrónica a bordo também cria novos empregos (foto: Unsplash)

E écrans? Como aqueles para os miúdos?

Com o surgimento dos veículos elétricos um ecrã de infoentretenimento é obrigatório.

Écrans na traseira dos encostos de cabeça, para os miúdos, já é menos frequente de série (excetuando em alguns veículos topo de gama), mas as soluções mais frequentes continuam a existir em after-market ou seja, comprando a posteriori.

Infoentretenimento… o que estamos a falar?

Vêm da expressão inglesa “infotainment” e pretende juntar informação e entretenimento.

Os sistemas atuais são justamente isso: um centro de informação que dá acesso a várias funções do automóvel e, claro, permitem a parte do entretenimento, com acesso então à rádio, musica de forma geral (itunes, spotify, etc).

Peugeot 408
i-Cockpit do Peugeot 408 PHEV

Mas que tipo de informação é possível ter?

Claramente bem mais do que a maioria dos utilizadores alguma vez irá desfrutar.

Hoje queremos saber a autonomia (seja elétrica ou de motor de combustão), médias, distâncias, estudo de perfil e até o estado dos pneus ou óleo. Tudo isto é informação que pode estar acessível com um ou dois toques num ecran.

Mas há mais e hoje as marcas combinam inclusive informação meteorológica e até, em associação com a navegação, já é possível ter descritivos de pontos de interesse, entre outras coisas.

Mas usamos isso tudo? Talvez não, mas é mais eficiente ter apenas um módulo eletrónico e mais simples para as marcas poderem aumentar as funcionalidades.

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Display do Nissan Qashqai e-Power

Mas, e tudo o resto que agora se fala, como assistentes disto e daquilo?

Há vários assistentes eletrónicos que, na vieram aumentar o conforto e significativamente a segurança.

Os assistentes de colisão frontal ou de alerta de saída de faixa são dos mais importantes. O primeiro porque permite avaliar distâncias para o carro da frente e enviar alertas ao condutor. O segundo, lê as linhas da estrada e pode ajudar em situações de alguma distração ou cansaço.

Na verdade, no limite, há sistemas destes que podem inclusive travar o carro nessa emergência e evitar, isso mesmo, um acidente.

Desde o simples sinal sonoro que não deixa esquecer de colocar o cinto até ao mais evoluído que alerta que existe um cinto colocado numa cadeira de bebe antes de sairmos do carro (sim, verdade, há pais que esquecem os filhos no carro).

Mas tanta segurança haverá sempre quem diga que se perde a essência da condução?

Há uma razão para que algumas marcas incluam uma forma de desligar o controlo de tração ou o ESP (controlo de estabilidade). Há condutores que ainda querem “sentir” emoções e conduzir sem a eletrónica ao comando. Mas também já vários carros onde nada disto se desliga e os sistemas estão lá… para ajudar.

E depois temos os mais populares como os sensores de estacionamento…

Verdade. Desde os mais simples que apenas “apitam” para dar noção da distância à parede ou ao carro no estacionamento, até as camaras de visão traseira e até sistemas mais elaborados, como visão 360 graus (com várias camaras) e muito mais.

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A eletrónica também ajuda em situações de emergência (foto: Honda)

E há desnecessários também?

Bem, há muito quem não entenda a necessidade de ter um ambientador a perfumar o interior com regulação independente, mas compreendemos que a arvorezinha no espelho retrovisor é algo completamente fora de moda.

As luzes ambientes são uma moda, mas seria preciso ter toda uma palete de oferta para “iluminar” o interior? Mas são opções, cada um pode optar por ter ou não ter.

E para o futuro, o que podemos mais esperar?

Se pensarmos na evolução dos carros elétricos que trouxeram outras necessidades de informação ou se imaginarmos o futuro com carros autónomos muito em breve um carro terá de ser chamado de outra coisa qualquer.

No futuro, talvez não tenham volante (na verdade talvez nem rodas), e, talvez sejam o equivalente a um escritório móvel onde somos levados do ponto A ao B e podemos ir a trabalhar descansadamente.

Por outro lado, também poderão ser uma espécie de lounge ou sala de estar e irmos a descansar na viagem.

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