O gigante americano do fabrico de chips – Qualcomm – aproveitou o IAA Mobility em Munique, para fazer algumas revelações sobre a sua estratégia de produção, no que à Europa diz respeito. De acordo com o seu CEO, o brasileiro Cristiano Amon - em declarações reproduzidas pela Reuters -, a empresa tem todo o interesse em trabalhar com fundições no velho continente, caso estas estejam preparadas para fornecer produtos de elevada qualidade.
A problemática da escassez de chips para a indústria automóvel fez com que a União Europeia colocasse em marcha planos de incentivos para atrair grandes investimentos na sua produção na Europa. O objetivo é duplicar a atual quota a nível global e, assim, reduzir a dependência do mercado asiático. Segundo Cristiano Amon, a questão prende-se com o facto de as fundições presentes em solo europeu estarem atualmente voltadas para a produção em massa, quando a Qualcomm procura produtos topo de gama. Contudo, o responsável da empresa sediada em San Diego deixa boas indicações para o futuro.
“Está a decorrer um diálogo muito construtivo com o governo francês e com o governo europeu. Penso que eles têm interesse em atrair fundições para a Europa”, revelou Cristiano Amon. “No caso de isso acontecer com tecnologia de ponta, a Qualcomm estará definitivamente interessada em utilizar essas fundições”.
A Qualcomm tem vindo a aumentar o investimento na indústria automóvel, na qual está “para ficar”, garante Amon, com a produção de semicondutores destinados ao funcionamento de painéis de instrumentos e sistemas de infotainment. Recorde-se que recentemente a empresa apresentou até uma proposta de aquisição da sueca Veoneer, esta totalmente especializada no setor automóvel. Fornecedora de 23 marcas de âmbito global, a Qualcomm assegura ter relações comerciais com todos os fabricantes alemães, tendo ainda recentemente firmado um acordo com a Renault.
A empresa liderada por Cristiano Amon desde o passado mês de junho, espera agora que a União Europeia seja capaz de atrair os parceiros certos que lhe permitam viabilizar a produção de chips na Europa. Por questões de qualidade, tem até aqui procurado fundições localizadas em Taiwan, Coreia do Sul e Estados Unidos, como a Taiwan Semiconductor Manufacturing, a Samsung Electronics, a GlobalFoundries, ou a Semiconductor Manufacturing International.