TAP recua nos BMW para as chefias e vai manter Peugeot mais um ano

Transportadora aérea tinha alegado que iria poupar dinheiro, mas acabou manter o atual contrato de renting até ao seu termo
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Airbus A-320 da TAP (fonte: Getty)
Airbus A-320 da TAP (fonte: Getty)

A TAP recuou na decisão de encomendar uma frota de carros topo de gama da BMW para as suas chefias, depois de a CNN Portugal/TVI ter avançado a notícia e na sequência do pedido de "bom senso" por parte do Presidente da República.

Em comunicado, a transportadora aérea assume, ainda, "compreender o sentimento geral dos portugueses" relativamente à renovação da frota automóvel, uma vez que a empresa, recorde-se, está a cumprir um programa de resgate financeiro, que soma 3,2 mil milhões de euros de contribuintes.

A TAP acrescenta também que vai manter a atual frota de Peugeot mais um ano, ou seja, até ao final do contrato de renting.

"A Comissão Executiva da TAP compreende o sentimento geral dos portugueses e, apesar da decisão que tomou quanto à frota automóvel ser a  menos onerosa para a Companhia nas atuais condições de mercado,  a TAP procurará manter a atual frota durante um período máximo de um ano, enquanto reavalia a política de mobilidade da Empresa", justificou em comunicado enviado às redações.

Depois de CNN, TVI e o portal Away (do mesmo grupo) terem divulgado a encomenda de dezenas de BMW para renovar a frota das suas chefias, a TAP garantiu que apesar de se tratar de carros de luxo iria poupar dinheiro, concretamente 6.000 euros/ano por cada viatura.

O argumento não convenceu pilotos e trabalhadores da aviação e aeroportos. Os pilotos, inclusive, reagiram com ironia à encomenda dos BMW e ao esclarecimento de poupança da TAP, que dizem ser “miraculosa”, sugerindo por isso que a administração siga a “mesma lógica de ‘gastar mais, para poupar’” na reposição dos salários.

Já o Sitava acusou esta quinta-feira a TAP de falta de “sensibilidade e bom senso” e pediu que a empresa demonstre que não tem dualidade de critérios no cumprimento de contratos.

Os BMW em questão

A frota que a TAP pretendia era constituída exclusivamente por modelos plug-in híbridos, ecologicamente mais favoráveis e com menores emissões de CO2, e a possibilidade de circularem em modo apenas elétrico.

No topo da frota estava um desportivo BMW 530e e o SUV BMW X3 xDrive 30e, ambos com motorização de 292 cavalos, um consumo anunciado entre 1,8 e 2,6 litros aos 100 km e uma autonomia estimada em modo elétrico de 61 ou 50 quilómetros, respetivamente. O preço de venda ao público deste modelos começa nos 65.120 euros para o 530e e nos 65.870 euros para o X3.

A maioria desta nova frota seria composta por BMW X2 xDrive 25e com motorização de 220 cavalos e capaz de um consumo de 1,8 litros aos 100 km. O PVP inicia-se nos 52.409 euros.

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