Cidades

Turismo inteligente pode ser a resposta para a recuperação do turismo nas cidades

Em Dublin, capital da Irlanda, o conceito está a ser aplicado como forma de garantir maior sustentabilidade e distribuição equitativa do turismo
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Dublin, Irlanda
Dublin, Irlanda

Já ouviu falar em turismo inteligente? O conceito não é totalmente novo, contudo o desconfinamento pós pandemia trouxe à ribalta uma nova forma de gerir o turismo e voltar a tornar as cidades em pontos de atração. Dublin é um exemplo onde o conceito já está a ser aplicado.

Na capital irlandesa, tal como em muitas outras cidades europeias, o turismo representa uma importante fonte de receitas. Só em 2019 a cidade atraiu 8,6 milhões de visitantes, os quais geraram 2,6 mil milhões de euros de receitas, com impacto direto em mais de 60 mil empregos. Depois veio a pandemia e tudo mudou, como a cidade a precisar de ser mais proativa para voltar a conquistar turistas.

Em vez de se centrar numa abordagem puramente económica, Dublin está apostada em capitalizar os benefícios do turismo, enquanto gere o impacto nas infraestruturas e nos residentes locais.

A capital europeia conta agora com um gestor de turismo inteligente, cujo principal papel é utilizar a digitalização e a análise de dados para ajudar a construir um destino mais acessível, sustentável e equitativo. A iniciativa faz parte do programa “Smart Dublin” e é apoiada pelas autoridades locais e pela Fáilte Ireland, a autoridade nacional para o desenvolvimento do turismo. Está centrada em quatro áreas-chave: dados e “insights”, trilhos digitais, orientação e transformação digital.

Mas o que é afinal o turismo inteligente? Trata-se da utilização de mais dados em tempo real e de novos tipos de dados para compreender o comportamento económico; alavancar trilhos digitais em torno da cidade; oferecer ferramentas para ajudar as pessoas a circular pela cidade; e dispersá-las de forma mais equitativa. No fundo é a resposta às necessidades das cidades em torno da sustentabilidade, do equilíbrio da comunidade e da distribuição equitativa do turismo.

Os dados anónimos e agregados são obtidos junto de empresas de cartões de crédito e operadores de telecomunicações, os quais se somam aos dados abertos da própria cidade, a informações da Autoridade Nacional de Transportes e a dados de mobilidade disponíveis a partir de fontes como a Apple e a Google.

Com todo este material é possível, por exemplo, fornecer informações sobre atividades e atrações para os novos quiosques digitais de Dublin, ou alimentar o Dublin Economic Monitor, um boletim regular sobre as tendências da economia da cidade para aqueles que aí fazem negócio ou consideram fazê-lo.

Os dados recolhidos através do programa de turismo inteligente irão também servir para a criação de visitas guiadas digitalmente, cada vez mais populares por força da tecnologia de realidade aumentada. A Câmara Municipal de Dublin já se encontra a selecionar um fornecedor para uma aplicação móvel de "trilha de património imersivo" dedicada à área de Docklands, a qual deverá utilizar realidade aumentada e tecnologia interativa para dar vida à história daquela zona da cidade.

 

[Fotos: G. Dalleau, M. C. da Silva, J. Dent e C. Begliorgio / Unsplash]

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