A Comissão Europeia pretende avançar com um projeto de lei completar de taxonomia para que se possa considerar investimentos em energia nuclear e gás natural como sustentáveis. Para tal, no início de 2022, consultou grupos de peritos dos Estados-membros e a Plataforma sobre Finanças Sustentáveis que deverão dar o seu parecer até dia 12 de janeiro.
A taxonomia é um sistema europeu de classificação de atividades económicas sustentáveis que visa ajudar os investidores a compreenderem que atividades são ambientalmente aceitáveis.
Esta proposta classifica a energia nuclear e o gás natural como transitórias e tem como objetivo ajudar a Europa a fazer a mudança para energias mais sustentáveis, como a solar e a eólica.
O que Bruxelas propõe é que centrais nucleares com licença de construção anterior a 2045 possam ser consideradas sustentáveis desde que existam planos para a gestão dos resíduos radioativos e para o desmantelamento das centrais.
Já no caso do gás natural, para que o investimento tenha selo verde, as instalações com licenças concedidas até 2030 têm de emitir menos de 270 gramas de CO2 por kWh.
Até agora, a proposta europeia tem dividido as opiniões dos Estados-membros. A França, que tem mostrado interesse em reativar a energia nuclear no país, têm apoiado o projeto de lei.
Por outro lado, a Alemanha opõe-se às atividades nucleares ainda que mostre apoio aos investimentos em gás natural e a Áustria já admitiu que poderá tomar medidas legais contra a proposta. Espanha também já faz parte dos países que não apoia a medida.
Também algumas organizações têm mostrado desagrado. A Greenpeace referiu que a proposta da Comissão Europeia é “uma ameaça real à transição energética da Europa”. A ONG WWF mostrou preocupação num comunicado que divulgou.
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