A condução autónoma de veículos ligeiros tem sido notícia nos últimos meses, devido aos significativos progressos que tem conseguido. Estamos habituados a associar esta revolucionária forma de mobilidade ao transporte de passageiros, mas a verdade é que poderá ter muitas outras aplicações, como por exemplo na agricultura.
De acordo com a VNC Automotive, empresa especializada em conectividade e telemática automóvel, a “quinta telecomandada” está aí, pronta a ser usada, o que pode trazer enormes benefícios para um setor fustigado pela falta de mão de obra e pelo aumento exponencial do consumo.
Falamos de modernos tratores e outros aparelhos agrícolas, já com níveis de conetividade muito elevados e totalmente equipados com o hardware necessário para serem totalmente autónomos nas suas funções.
“A agricultura, para a maioria das pessoas, é algo que acontece do outro lado de uma sebe”, desabafa Tom Blackie, fundador e CEO da VNC Automotive. “A realidade é que a viagem da semente até ao supermercado é longa e tortuosa, à medida que cresce a exigência tanto ao nível do aumento da produtividade, como da necessidade de criar formas de trabalho mais sustentáveis do ponto de vista ambiental. Acreditamos que a autonomia é a resposta para tais desafios.”
A empresa com sede no Reino Unido acredita ser uma peça importante no sentido da modernização tecnológica que o setor agrícola deve tomar e destaca as inovações introduzidas por empresas como a John Deere.
Desde logo o sistema AutoTrac de direcionamento automático com recurso a GPS, capaz de guiar tratores e máquinas agrícolas através de uma cultura e pelos mesmos caminhos, durante toda a estação, reduz assim os danos nas plantas e aumenta o rendimento das culturas.
Já a tecnologia See & Spray permite às máquinas fazerem a distinção automática entre ervas daninhas e plantas cultivadas, de modo a que cada uma possa ser tratada individualmente com um pesticida ou fertilizante específico.
Conhecida como agricultura de precisão, esta abordagem gera grandes quantidades de dados armazenados na nuvem, o que permite a introdução de novas funcionalidades, desde o mapeamento do rendimento das plantações e das condições do solo, até à realização de simulações de culturas para selecionar as melhores estratégias de plantação.
“Muitos dos desafios para carros autónomos decorrem da necessidade de mapear a localização precisa de cada obstáculo, alguns dos quais estão em constante movimento. Mas na agricultura já sabemos onde está tudo, até mesmo a localização exata de cada planta individual”, remata Tom Blackie.
O próximo passo será a total autonomização, vaticina a VNC Automotive que já está em conversação com os seus clientes nesse sentido.