Sustentabilidade

Inovação: Aerogel natural e sem resíduos químicos desenvolvido em Coimbra

Estudo demonstra potencial de aerogel natural na medicina e em tratamentos de águas residuais
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Aerogel - imagem ilustrativa (Fonte: NASA/JPL-Caltech/Wikicommons)
Aerogel - imagem ilustrativa (Fonte: NASA/JPL-Caltech/Wikicommons)

Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu um novo aerogel a partir de polímeros naturais, sem resíduos químicos, com aplicações principalmente na área médico-farmacêutica, mas também com potencial adsorvente em tratamento de águas residuais.

O “SterilAerogel” tem como grande objetivo dar resposta a um problema de saúde “que afeta cada vez mais a população mundial, especialmente a população idosa – fraturas ósseas e problemas degenerativos e inflamatórios –, através do desenvolvimento de aerogéis inovadores à base de polímeros naturais, prontos a ser usados na regeneração de tecidos, mas também em pensos para tratar feridas”, refere a coordenadora do projeto, Mara Braga,

O estudo, publicado na revista Material Chemistry and Physics, foi desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos, no Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), no âmbito do projeto “SterilAerogel”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no valor de 230 mil euros.

Cristiana Bento e Mara Braga, investigadoras Univ. de Coimbra

A grande inovação deste projeto está na «técnica usada para o processamento do polímero natural. Os biopolímeros caracterizam-se pela elevada biocompatibilidade para utilização nos organismos vivos, no entanto, exigem um processo rigoroso de esterilização, garantindo que não se perdem as propriedades físico-químicas e estruturais, ou seja, que não se degradem no processo de esterilização», afirma Mara Braga, investigadora da FCTUC.

«Ao adotarmos a tecnologia com fluido supercrítico para a preparação e esterilização do aerogel, garantimos a biocompatibilidade ao interagir com o organismo sem causar grandes efeitos secundários, comparativamente aos sintéticos, e resíduos de solventes orgânicos do seu processamento», acrescenta a responsável.

O estudo sobre o "Sterilaerogel" pode ser consultado aqui

Os responsáveis pela investigação alertam que serão necessários mais estudos, para que este novo aerogel completamente natural e sem resíduos químicos possa ser utilizado na área da saúde, nomeadamente aumentar a escala das experiências e determinar o prazo de validade do produto final, porque, tratando-se de um polímero natural, a sua vida útil é inferior à dos polímeros sintéticos, «pretendemos saber se, depois de esterilizado, o aerogel garante seis meses de validade, que é o prazo standard para este tipo de produtos», esclarece Mara Braga.

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