Apesar do investimento de 447 milhões de euros na gestão de resíduos, a taxa de reciclagem em Portugal esteve nos 21% em 2021, situação que a associação ambientalista Zero considera preocupante.
A reação surgiu em comunicado citado pela Lusa depois de ter sido divulgado o Relatório Anual sobre Resíduos Urbanos (RARU2021), disponível no portal da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
A associação refere que “as autoridades e os decisores políticos continuam a fingir que não existe uma situação gravíssima com a gestão de recursos, os quais poderiam estar a fomentar a economia circular, mas acabam depositados em aterro ou são queimados”.
No comunicado, a associação questiona também a qualidade dos dados disponibilizados relativamente ao destino final dos resíduos, aterro, aterro, valorização energética, reciclagem material, compostagem e outras valorizações, salientando que as somas das percentagens nunca atingem os 100%.
Para combater a fraca adesão à reciclagem, a Zero refere ser essencial criar políticas públicas que invistam na prevenção e reutilização, na recolha seletiva porta-a-porta, na compostagem doméstica e comunitária, no tratamento dos resíduos focado na reciclagem de qualidade e na implementação de um sistema depósito e retorno de embalagens descartáveis de bebidas.
De acordo com os dados divulgados pela APA, em 2021 foram produzidas em Portugal 5,311 milhões de toneladas de resíduos urbanos, mais 1% do que em 2020.
O relatório salienta também que nos últimos anos tem sido a recolha indiferenciada que tem prevalecido apesar de ter aumento o número de infraestruturas para a recolha seletiva.