Sustentabilidade

Energia solar vai dar nova vida a plástico e vidro reciclados em Cabo Verde

Ekonatura faz recolha de plástico e vidro e transforma-os em objetos decorativos, bijuteria e até material de construção
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Numa aldeia próxima da cidade da Praia, capital de Cabo Verde, há uma empresa que transforma o lixo em luxo. A Ekonatura faz a reciclagem de vidro e plástico, dando-lhe uma nova vida em forma de objetos decorativos, bijuterias e materiais para construção civil. Tudo com recurso a energia solar.

O processo de economia circular começa com a recolha das garrafas nas casas, ruas e lojas da comunidade e arredores. Até empresas da zona fornecem diretamente os resíduos à empresa.

reciclagem - AWAY
Resíduos (Foto: Elton Monteiro/Lusa)

Depois de os resíduos recicláveis chegarem às instalações da Ekonatura, localizada em São Francisco, a 10 km da Praia, são triturados para serem transformados. Para se conseguir 4 kg de areia de vidro, são necessárias 24 garrafas de 33 cl. E para se ter 1 kg de plástico, usam-se 14 garrafas de 5 lt.

As máquinas que trituram os resíduos têm ainda a particularidade de serem movidas a energia solar, produzida na própria fábrica.

Entre as peças criadas estão vasos com área de vidro e cimento branco para decoração, porta-copos com plásticos e pavês para construção civil.

O trabalho da Ekonatura tem um papel importante tanto a nível social como ambiental. Além de dar trabalho a sete pessoas da aldeia, o facto de fazerem a recolha do plástico e do vidro ajuda a manter a zona mais limpa.

Outro fator positivo que a Ekonatura trouxe para a comunidade foi o facto de começar a incentivar à reciclagem

Peças criadas com o lixo - AWAY
Vasos criados com resíduos (Foto: Elton Monteiro/Lusa)

Apoiado pela Associação Comunitária de Desenvolvimento de São Francisco, a Ekonatura funciona como um protótipo que permite mostrar que a reciclagem em Cabo Verde pode funcionar, mesmo nas comunidades.

Foi criada em 2019, no âmbito do projeto Raiz Azul, financiado pela The Darwin Initiative, do Reino Unido, e implementado pela Associação Cabo-verdiana de Ecoturismo (ECOCV), em parceria com a Universidade de Cabo Verde. Apenas no início de 2022, tornou-se oficialmente uma empresa de recolha de vidros e plásticos.

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