Parece que até os golfinhos têm de gritar para se fazerem ouvir sobre o barulho nas águas provocado pelo ser humano. A conclusão é de um estudo da Universidade de Bristol, no Reino Unido, que alerta que a poluição sonora nos oceanos está a afetar a capacidade de comunicação destes mamíferos aquáticos.
Tal como acontece com os seres humanos, o som é um meio de comunicação essencial para várias espécies marinhas. No caso dos golfinhos, estes dependem da vocalização para encontrar parceiros e alimento, para navegar e trabalhar em conjunto. No entanto, os ruídos extremos poderão estar a interferir com a comunicação sonora dos animais aquáticos.
Para realizar o estudo, os investigadores da Universidade de Bristol juntaram dois golfinhos-roaz de cativeiro, ou seja, ao cuidado de humanos, numa lagoa controlada e deram-lhes exercícios que exigiam que comunicassem.
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Através de altifalantes subaquáticos, os investigadores foram expondo os golfinhos a ruído, aumentando o volume progressivamente. Sempre que os níveis de barulho subiam, os dois golfinhos compensavam vocalizando mais alto e por mais tempo para fazer chegar a mensagem.
Ainda assim, quanto mais poluição sonora, mais difícil foi para os mamíferos aquáticos terminarem a tarefa com sucesso.
De acordo com dados da Comissão Europeia, nos últimos 60 anos, os níveis de ruído subaquáticos têm duplicado de década para década. O aumento na poluição sonora deve-se em grande parte à atividade humana como a construção de parques eólicos offshore, embarcações de pesca e turismo.
É possível reduzir a poluição sonora subaquática produzida pelo homem?
A resposta é sim. Para tal, é essencial criar regulamentos que reduzam a poluição sonora subaquática provocada por navios e outras fontes de ruído.
De acordo com a Euronews, entre possíveis medidas a aplicar estão a instalação de silenciadores para reduzir o barulho de motores, o investimento em navios elétricos, a otimização de propulsores que criam bolhas de vapor que radiam som ou a aposta em parques eólicos offshore flutuantes que não obriguem a que sejam feitas tantas perfurações no solo aquático.
Na Alemanha, já se começou a criar legislação para reduzir a poluição sonora aquática, sendo que há limite de barulho para construções em alto mar.