A Google está a ser acusada de esconder o verdadeiro impacto ambiental da indústria da aviação. A motivar a acusação está o facto de a gigante ter deixado de divulgar as emissões de outros gases de efeito de estufa que não CO2 no seu motor de busca de viagens.
Foi em agosto que a informação deixou de estar disponível no Google Flights, passando apenas a haver dados sobre as emissões de dióxido de carbono dos voos. O problema, salienta a EuroNews, é que cerca de dois terços das emissões do setor são de outros gases que não o CO2.
Com esta pequena mudança, parece que o setor tem menor pegada ambiental do que aquela que realmente tem, e cientistas alertam que as pessoas podem acreditar que as suas viagens aéreas afinal não são assim tão poluentes.
Não serão apenas os utilizadores do Goggle Flights que vão deixar de ter a informação sobre as emissões dos aviões. A Skyscanner, Booking.com, Tripadvisor, entre outras utilizam os dados da Google que são fornecidos através de uma parceria com a Travalyst, uma organização sem fins lucrativos de turismo sustentável criada pelo príncipe Harry.
De acordo com a EuroNews, a Google referiu que a omissão destas emissões ocorre depois de uma consulta com um parceiro na indústria. No entanto, a gigante americana salientou que acredita que esta informação é relevante e que irá analisar a situação.
Impacto da aviação no ambiente
A poluição por CO2 é um problema para o ambiente e tem um grande impacto no aquecimento global. No entanto, o dióxido de carbono não é o único gás poluente e há indústrias, como a aviação, onde só é possível analisar o seu verdadeiro impacto se forem tidos em consideração outros gases.
Além de CO2, quando um avião queima combustível liberta óxidos nitrosos, dióxido de enxofre e partículas que interferem com as propriedades da atmosfera e que podem ter um maior impacto do que o dióxido de carbono.
De acordo com um estudo da Comissão Europeia, o impacto de outros elementos é duas vezes superior ao do CO2.
No entanto, parece ser difícil contabilizar estas emissões. Em declarações à EuroNews, um representante da Travalyst salientou que ainda não foi definido como é que se pode calcular estes poluentes na aviação, o que dificulta a divulgação da informação e pode tornar-se confuso para o consumidor.