Os microplásticos são um problema cada vez maior para o ambiente e para os seres vivos. Já foi identificado no sangue dos seres humanos e foi encontrado em pelo menos mil espécies animais. Agora, um novo estudo alerta que as baleias chegam a ingerir 10 milhões de microplásticos todos os dias.
Cientistas da Universidade de Stanford analisaram durante dez anos o consumo de plásticos do tamanho de grãos por parte de baleias comum, azul e jubarte ao largo da costa da Califórnia.
O estudo permitiu verificar que as baleias normalmente alimentam-se a uma profundidade entre os 50 e os 250 metros. É a esta distância da superfície que se encontra maior concentração de microplásticos.
Das três espécies analisadas, são as baleias-azuis que mais ingerem plástico, chegando a consumir 10 milhões de pedaços por dia.
A baleia-comum come entre três milhões e dez milhões de microplásticos, enquanto a baleia-jubarte é a que consome menor quantidade de plástico, indo dos 200 mil a um milhão de pedaços.
Ao contrário do que era esperado, o consumo de microplásticos não ocorre quando as baleias engolem grandes quantidades de água salgada, mas sim quando se alimentam. O krill, nome dado a pequenos crustáceos parecidos com camarões, ingere os poluentes e as baleias alimentam-se destes seres vivos.
Os cientistas alertam que este facto poderá ser preocupante já que pode significar que as baleias não estão a ingerir os nutrientes necessários para se manterem saudáveis. Para poder perceber o impacto, é necessário desenvolver mais estudos.
Também não se sabe o que é que acontece aos microplásticos a partir do momento que são ingeridos.