Sustentabilidade

Andámos no mítico elétrico 28 em Lisboa a conhecer 8 negócios sustentáveis

Fomos fazer todo o trajeto do icónico elétrico da capital e conhecer lojas e marcas que promovem a sustentabilidade e a economia circular
Texto

Mítico, mágico e obrigatório. São adjetivos que nos ocorrem depois de viajar no elétrico 28, em Lisboa. O seu percurso, entre os Prazeres e o Martim Moniz, foi o pretexto ideal para partirmos à descoberta de 8 lojas e marcas sustentáveis, vegan ou que promovem a economia circular na capital.

O 28 é provavelmente o elétrico mais pitoresco de Lisboa. Ao longo de 33 paragens, conduz-nos por alguns locais emblemáticos da cidade e o desafio que tínhamos pela frente era fazer o seu percurso de uma ponta à outra. Parece uma ótima ideia, pensámos. Mas o que tem isso a ver com sustentabilidade e economia circular?

Elétrico 28 - AWAY
Elétrico 28 (Foto: AWAY/ DR)

Para começar, o elétrico é um transporte com zero emissões, mas, mais do que isso, o trajeto do 28 passa por vários locais onde a sustentabilidade tem o que merece, que é como quem diz, espaços onde é promovida.

A viagem tem partida junto ao cemitério dos Prazeres e uma primeira interrupção ao fim de apenas três paragens, na Rua Saraiva de Carvalho.

A mercearia bio a granel

É perto daqui, na Rua Coelho da Rocha 37, em pleno bairro de Campo de Ourique, que vamos conhecer a Maria Granel, uma mercearia bio a granel autointitulada a primeira zero waste store portuguesa.

Maria Granel - AWAY
Fomos visitar a Maria Granel (Foto: AWAY/ DR)

Lá dentro somos recebidos por Erica, 23 anos, que nos convida a explorar todos os cantos da loja e a enorme variedade de produtos. Leguminosas, chocolates, chás, frutos secos, cereais, granolas e até detergentes. Aqui o plástico não entra e é mesmo tudo biológico e a granel, por isso só levamos a quantidade de que precisamos. Vale bem a visita.

De volta ao elétrico, confirmamos que o trajeto do 28 é um dos mais procurados por turistas, como é o caso de um casal de jovens franceses, Laura e Samy. Estão a conhecer Lisboa pela primeira vez e descobriram o 28 na internet. “Percebemos que é típico de Lisboa e que facilmente nos leva aos principais pontos de interesse”, contam-nos.

Elétrico 28 - AWAY
Elétrico 28 (Foto: AWAY/ DR)

À 7ª paragem, já na calçada da Estrela, é tempo de voltar a sair e, de uma assentada, conhecer duas lojas de negócios totalmente distintos.

A loja de roupa vintage e a os frescos nacionais

A primeira é a Madame Surtô, uma loja situada no nº 74A que vende roupa vintage (maioritariamente usada) ao quilo. Aqui encontra-se de tudo. De peças mais convencionais àquele vestido excêntrico para uma festa temática e até umas luvas de boxe assinadas por Muhammad Ali. Estão à venda por mais de mil euros, conta-nos o dono do espaço, Gabriel Torres, de 28 anos.

Madame Surtô - AWAY
Luvas assinadas por Muhammad Ali na Madame Surtô (Foto: AWAY/ DR)

Um pouco mais a baixo, no nº 79, conhecemos Sílvia Feijão, 35 anos, coproprietária da pequena mercearia Consi.go. Explica-nos que a fruta e legumes são biológicos e provenientes de pequenos produtores nacionais, aos quais se vão abastecer diretamente. Os stocks são geridos por forma a não haver desperdício e excedentes e, ao mesmo tempo, garantir a frescura dos alimentos.

Consigo - AWAY
Sílvia Feijão, na sua Consi.go (Foto: AWAY/ DR)

De novo a bordo do 28, só voltamos a sair na 14ª paragem, na Praça Luís de Camões, o que nos dá tempo para falar com Isabelle e Alain, turistas belgas na casa dos 50 anos que, tal como nós, vão fascinados com a magia deste elétrico.

Alguém falou em cosmética vegan?

Uma vez no Chiado, vamos visitar a Organii (Rua Anchieta 9), onde descobrimos uma série de produtos de beleza e cosmética, todos eles bio, ou seja, produzidos com base em ingredientes biológicos cultivados sem pesticidas e herbicidas e livres de produtos sintéticos. Para além da loja no Chiado, há mais três em Lisboa e uma no Porto.

Organii - AWAY
Organii (Foto: AWAY/ DR)

Com o vinil a voltar a ter procura, porque não comprar usado?

Mais abaixo fazemos uma visita à Louie Louie, loja especializada em discos de vinil (e alguns CD’s), cerca de metade usados, o que significa que aqui a economia circular marca pontos. Como apaixonados por música que somos, perdemo-nos a explorar alguns dos muitos discos disponíveis aqui nas Escadinhas do Santo Espírito da Pedreira 3.

Louie Louie - AWAY
A escolher discos na Louie Louie (Foto: AWAY/ DR)

Produtos sazonais e de origem biológica à mesa

Depois disto, é hora de voltar a embarcar no 28, para depois sair na paragem 18, na Rua da Conceição. Já em plena baixa, caminhamos um pouco até à Travessa das Pedras Negras 2 para conhecer o restaurante Prado.

Inês Estrela, 32 anos, chefe de sala, explica-nos o conceito deste espaço: “só utilizamos produtos sazonais e de origem biológica, de pequenos produtores nacionais. Os nossos vinhos são todos naturais e todo o papel que usamos, até nos menus, é reciclado”.

Restaurante Prado - AWAY
Restaurante Prado (Foto: AWAY/ DR)

Uma marca portuguesa com carimbo de sustentável

No caminho que aproveitamos para fazer a pé até à Sé de Lisboa, sempre a seguir a linha do 28, cruzamo-nos com a loja da marca portuguesa Contrast, na Rua Augusto Rosa 10.

Aqui todas as t-shirts e sweatshirts usam tecidos produzidos de forma sustentável e ética, certificados pela Global Organic Textile Standard, o que significa que não são usados quaisquer químicos e os trabalhadores são tratados de forma justa. O design, os bordados e as estampagens são feitas em Portugal.

Loja Contrast - AWAY
Loja Contrast (Foto: AWAY/ DR)

Depois de um salto até ao imperdível Miradouro de Santa Luzia, regressamos ao elétrico 28 para a última secção da viagem, claramente já com menos turistas a bordo.

Quem disse que o calçado não pode ser vegan?

A nossa última paragem à descoberta de um negócio de caráter sustentável acontece na Rua Maria Andrade. É numa perpendicular a esta, na Rua Maria 47A, que conhecemos Vasco Monteiro, 38 anos, proprietário da Couve, uma loja que só vende calçado e acessórios vegan, ou seja, fabricados sem recurso a materiais de origem animal.

Couve - AWAY
Fomos ver sapatos vegan à loja Couve (Foto: AWAY/ DR)

Na sua loja encontramos marcas que só fabricam calçado vegan, como é o caso da portuguesa Nae, mas também outras como a Veja, a Clarks ou a Birkenstock. “Destas só tenho a linha vegan”, explica.

Terminada a visita à loja Couve, é tempo de voltarmos ao 28 para nos levar até à 33ª e última paragem, a Praça do Martim Moniz. Entretanto começou a escurecer e a chuviscar, pelo que este simpático elétrico é agora mais útil do que nunca. Até breve 28!

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