Sustentabilidade

Marca portuguesa Etikway mostra que a moda pode ser sustentável

Falámos com Lucie Gomes, a criadora da Etikway, e ficámos a conhecer a marca que é uma comunidade de moda sustentável
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Para quem não conhece a Etikway, à primeira vista, poderá parecer só mais uma marca de moda sustentável. No entanto, esta definição é diminuta quando se percebe que é uma comunidade de criadores de projetos sustentáveis que por vezes assume também o papel de incubadora.

A Etikway, que conta com um site de vendas online e lojas físicas em Lisboa, foi criada em 2015, mas a história da empresa está apoiada na história de Lucie Gomes, a sua criadora. Preocupada com o ambiente desde os seus 20 anos, Lucie foi sempre lutando pela justiça social e pelo ambiente e acabou por trocar a psicologia pela moda sustentável. 

Lucie Gomes da Etikway - AWAY
Lucie Gomes, fundadora da Etikway (foto: Rui Valido)

Em 2013, depois de ter tomado conhecimento sobre a derrocada numa fábrica do Bangladesh que tirou a vida a centenas de costureiras, decidiu criar a sua primeira marca de roupa, a Escapade. O pêndulo ambiental ainda não era vincado, mas o social sim. Por isso, fez questão de que toda a produção fosse local, neste caso em França, onde Lucie residia na altura.

“Em 2015, com o Acordo de Paris, comecei a interessar-me pelo impacto da produção de roupa. Percebi que era muito poluente e comecei a preocupar-me com os certificados”, conta à AWAY. A roupa da Escapade passou a ser apenas feita com algodão orgânico GOTS (Global Organic Textile Standard).

A Etikway nasceu mais ou menos por esta altura, ainda em França, e veio para Portugal em 2020. Foi o resultado da vontade de Lucie de fazer parceiras com outros designers e marcas que também pretendiam percorrer o caminho da sustentabilidade.

O foco agora são as marcas portuguesas”, explica Lucie à AWAY. “É essencial ter os certificados para se fazer parte da plataforma. Nós é que verificamos essas certificações junto dos nossos parceiros e ajudamos as marcas que ainda não as têm a consegui-las. Somos uma incubadora de marcas sustentáveis”.

Loja Etikway - AWAY
Loja Etikway no CascaiShopping (foto: Rui Valido)

Para poderem estar presentes na Etikway, os produtos têm de ser produzidos ou em Portugal ou na União Europeia, já que só assim Lucie e a sua equipa conseguem verificar se são realmente sustentáveis. Além disso, como explicou a fundadora da marca, “quanto mais longe for produzido, mais difícil é ser sustentável por causa do transporte”.

Na plataforma, não há só produtos de outros criadores e designers. Há também espaço para as criações sustentáveis de Lucie, tanto através da Escapade como da Etikway.

As sapatilhas de pele de maçã e o guarda-chuva de cortiça

Foi em 2022 que o primeiro produto com marca Etikway foi apresentado, umas sapatilhas de pele de maçã.

“O meu pai era fabricante de calçado no norte de Portugal e eu decidi fazer sapatos para o homenagear. A pele de maçã surgiu porque eu procurava um material vegetal e quando vi a maçã, pensei que era bom porque a minha mãe era agricultora”, partilha Lucie.

Sapatilhas Etikway - AWAY
Sapatilhas de pele de maçã Etikway (foto: Rui Valido)

A pele de maçã, ou apple skin, é criada a partir do desperdício da industria dos sumos, que é seco e transformado numa biomassa. O material é produzido em Itália com recurso a energia solar e depois é enviado para Portugal para dar forma às sapatilhas da Etikway.

Além do calçado, Lucie também já se aventurou no mundo da cortiça e desenvolveu um guarda-chuva com este material muito português.

No futuro, pretende criar mais acessórios Etikway usando a pele de maçã e, quem sabe, outros materiais vegans que sejam produzidos em Portugal.

Além de disponibilizar produtos com menor pegada ecológica, a Etikway tem uma missão que já começa a alcançar: “Criar consciência sobre os atos concretos que podemos ter para minimizar o nosso impacto na mudança climática”, partilha Lucie Gomes. 

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