Sustentabilidade

Guterres alerta que o planeta está em sofrimento na abertura da COP27

Secretário-geral da ONU deixa forte mensagem sobre a necessidade de combater as alterações climáticas. Países mais pobres estão céticos
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COP27 arranca com mensagem de alerta (foto: Nariman El-Mofty/ AP)
COP27 arranca com mensagem de alerta (foto: Nariman El-Mofty/ AP)

A Cimeira do Clima COP27 já arrancou em Sharm el-Sheikh, no Egito, e logo com uma mensagem de alerta enviada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, a propósito dos efeitos das alterações climáticas.

Numa mensagem vídeo enviada aos participantes da cimeira, Guterres sublinhou que “no momento em que arranca a COP27, o nosso planeta está a enviar um sinal de sofrimento”.

As declarações do secretário-geral, difundidas pela agência Lusa, surgem no mesmo dia em que a Organização Meteorológica Mundial (OMM), organismo pertencente à ONU, divulgou que os últimos oitos anos (2015-2022) foram os mais quentes desde que há registo.

COP27 - AWAY
Central a carvão na Alemanha (foto: Jan Woitas/ AP)

A mesma organização havia revelado há poucos dias que a concentração de gases de efeito de estufa na atmosfera está a bater recordes, com o metano a registar a maior subida.

Delegados e chefes de estado de quase 200 países, entre os quais o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, vão debater a crise climática e tentar dar um novo fôlego à luta contra o aquecimento global.

Há, no entanto, o receio generalizado de que esta COP27 possa ficar aquém das expetativas. Num momento em que os líderes mundiais se debatem com temas como a guerra na Ucrânia, a crise energética, a inflação e a crise alimentar, estes podem desviar as atenções da necessidade de definir e implementar metas mais ambiciosas de combate às alterações climáticas.

COP27 - AWAY
Cheias no Paquistão em agosto de 2022 (foto: Zahid Hussain/ AP)

É de assinalar o facto de, pela primeira vez, constar da ordem de trabalhos a discussão sobre o financiamento dos danos causados pelos fenómenos climáticos extremos aos países mais pobres.

“O sucesso ou fracasso da COP27 será julgado [conforme se alcance ou não] um acordo sobre este mecanismo de financiamento de perdas e danos”, alertou Munir Akram, embaixador do Paquistão na ONU e presidente do G77 + China, organização que representa mais de 130 países emergentes e pobres, citado pela Lusa.

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