É já a partir do próximo mês de julho que a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA, na sigla original) irá começar a aceitar candidaturas de empresas que queiram proceder à extração de minérios do fundo do mar. A decisão, como seria de esperar, está a gerar controvérsia.
Depois de ter passado as últimas semanas a debater as normas relativas à mineração em alto mar, o organismo das Nações Unidas decidiu pela abertura de candidaturas a empresas interessadas na extração de cobalto, cobre, níquel e manganês, todos estes componentes-chave para a produção de baterias, por exemplo, para automóveis elétricos.
Se para as companhias interessadas na exploração em alto mar esta é uma boa notícia, para as organizações ambientalistas é precisamente o contrário.
A Greenpeace é uma das organizações que já veio manifestar-se contra a decisão, acusando-a de ser irresponsável. A ONG está particularmente preocupada com o impacto que a mineração no oceano poderá ter sobre a vida animal, pois acredita que tal prática poderia prejudicar as baleias e outros animais selvagens.
Já do lado das empresas que poderão vir a explorar mais minérios no fundo do oceano, a profundidades entre quatro e seis quilómetros, a prática traz benefícios do ponto de vista ambiental. É o caso da The Metals Company, a qual têm insistido que esse procedimento causa menos impacto do que a exploração tradicional de minérios para baterias, feita em terra.
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Alguns países apelaram a uma moratória global sobre a mineração em alto mar, alegando preocupações ambientais e ausência de dados científicos suficientes. Assim acontece com Chile, França, Palau e Fiji, os dois últimos arquipélagos do Pacífico, oceano onde os chamados "nódulos polimetálicos" que contém os quatro minerais são mais abundantes.