A marca Patagonia deixou de ser fonte de riqueza para uma família e, a partir de agora, todo o lucro que gerar vai diretamente para a conservação ambiental. Foi através de uma carta aberta que o criador e dono da marca, Yvon Chouinard, anunciou que doou a empresa a um fundo e a uma organização sem fins lucrativos focadas no combate às alterações climáticas.
A Patagonia, uma marca americana conhecida pela roupa e material para desportos outdoor, tem vindo a trabalhar para ter a menor pegada ambiental possível, criando peças que respeitem o ambiente em todo o processo. Ainda assim, o dono sentia que não era o suficiente e que era possível ir mais longe.
Na carta que divulgou no site da marca, Yvon Chouinard explica que procurava uma maneira de dar mais dinheiro para a luta contra as alterações climáticas. Foi estudada a ideia de se vender a empresa, doando o valor arrecadado, assim como a hipótese de levar a companhia para a bolsa de valores.
“Verdade seja dita, não havia boas opções disponíveis. Assim, criámos a nossa”, explica o empresário. De acordo com o The New York Times, a família Chouinard já não tem controlo sobre a empresa.
As ações com direito de voto, que equivalem 2% das ações totais, foram transferidas para o Patagonia Purpose Trust, um fundo que será gerido pela família que criou a marca. Já as ações sem direito de voto, os restantes 98%, foram entregues à organização sem fins lucrativos Holdfast Collective, que se dedica a defender a natureza e a combater a crise ambiental, explica a Reuters.
Yvon Chouinard salientou na carta aberta que, todos os anos, o dinheiro que restar depois do reinvestimento no negócio será usado no combate às alterações climáticas.
O criador da Patagonia tem trabalhado ao longo dos anos em prol do ambiente, tendo sido um dos criadores da 1% for the Planet, uma organização internacional em que os membros doam pelo menos 1% das vendas anuais para causas ambientais.
Esta doação da empresa não irá trazer benefícios financeiros para a família Chouinard, que terá de pagar impostos sobre a transferência, salientou o The New York Times.