A tecnologia, apesar de essencial nos dias que correm, tem uma pegada ecológica relativamente elevada. Em França, por exemplo, a tecnologia digital é responsável por 2,5% da pegada de carbono. Uma solução para diminuir o impacto ambiental destes produtos foi estender o tempo de utilização de gadgets. Assim nasceram os dispositivos recondicionados, que são produtos que já foram usados, podem ter uma ou outra marca de uso, mas ainda estão bons.
A questão que agora surge é: serão os produtos recondicionados uma solução para o ambiente? A resposta é sim. É o que indica um estudo sobre o impacto ambiental da indústria tecnológica e a sua pegada a nível mundial, realizado pela Agência Francesa para a Transição Ecológica (ADEME), e proposto pela Back Market, uma empresa de aparelhos eletrónicos recondicionados.
Segundo a análise, no ciclo de vida dos bens tecnológicos, a fase de produção é a que tem maior impacto ambiental, representando cerca de 78% da pegada de carbono total do produto. Por isso, ao promover-se a durabilidade e o recondicionamento dos produtos, encoraja-se a economia circular e diminui-se as emissões de carbono.
Um smartphone recondicionado permite poupar 175 g de lixo eletrónico e 258 kg de matérias-primas como ouro, prata, alumínio, cobre e crómio. Isto acontece porque um telemóvel recondicionado produz apenas 24 g de lixo eletrónico e usa 23 g de matérias-primas.
Também a nível ambiental, há uma grande diferença entre um produto novo e um recondicionado. De acordo com o estudo da ADEME, um telefone recondicionado produz 6,82 kg de CO2 desde o fornecimento de peças até à entrega. Já um telefone novo, emite 86,5 kg de emissões de carbono.
Os produtos recondicionados fazem parte da economia circular e ajudam a diminuir o impacto ambiental da produção de novos bens tecnológicos.
(Fotos: divulgação e Unsplash)