Sustentabilidade

Portugal tem de agir com urgência para reduzir emissões poluentes

Alerta é feito pela Associação Zero no seguimento do relatório divulgado por cientistas sobre o aquecimento global
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Emissões me Portugal
Emissões me Portugal

Portugal precisa de fazer mais pela redução dos gases com efeito de estufa, afirma a associação ambientalista Zero, em reação ao relatório divulgado pelos cientistas do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).

Segundo a associação ambientalista portuguesa, é urgente desenvolver e concretizar os objetivos da Lei do Clima que recentemente entrou em vigor, “nomeadamente através dos Planos Regionais e Municipais de Ação Climática, e aumentar ainda mais as metas de redução nacionais”.

O relatório, agora divulgado pelos cientistas que constituem o grupo de trabalho do IPCC dedicado à mitigação, aponta que é possível limitar o aquecimento global a 1,5 graus até ao fim do século, desde que as emissões globais de gases com efeito de estufa sejam reduzidas em 43% até 2030, atingindo o seu pico, o mais tardar, antes de 2025. Para que tal aconteça, o IPCC adverte que é preciso agir já.

Apesar de reconhecer que o nosso país tem planos climáticos nacionais (Plano Nacional de Energia e Clima e Roteiro para a Neutralidade Carbónica) “bastante ambiciosos”, a Zero alerta que aqueles não representam ainda “cenários compatíveis com o Acordo de Paris” de impedir que a temperatura suba além de 1,5 graus celsius face à época pré-industrial.

A Zero salienta que setores como o dos transportes necessitam de uma maior intervenção por parte das entidades competentes, por representarem um aumento contínuo de emissões de gases com efeito de estufa. Para a associação ambientalista, os governos europeus devem estar alinhados no sentido de reduzir 65% das emissões até 2030.

Outras medidas apontadas pela Zero, para contrariar o aumento das emissões de gases poluentes, passam por acelerar a transição energética justa, financiar a ação climática e acabar com os subsídios a combustíveis fósseis, e sair do Tratado da Carta da Energia que dá o poder às companhias petrolíferas de processar governos pelas suas políticas climáticas.

Nunca houve um momento mais exigente para apostar numa forte descarbonização da economia. A necessidade de segurança energética junta-se à necessidade de combate urgente às alterações climáticas e é claro para os Estados o caminho a seguir com a maior urgência”, frisou Francisco Ferreira, presidente da Zero, em referência ao conflito armado na Ucrânia.

(Fotos: Redcharlie, R. Resende, E. Goody e P. Farto/Unsplash)

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