Diariamente estão presentes no ar uma média de 4800 microplásticos por metro quadrado na cidade de Auckland. No decorrer de um ano, a maior metrópole da Nova Zelândia registou a queda de cerca de 74 toneladas métricas de microplástico, um valor equivalente a 3 milhões de garrafas deste material.
Estes são resultados referentes a 2020, agora partilhados num estudo realizado pela Universidade de Auckland, publicado na revista científica Environmental Science & Technology, e considerado o primeiro a calcular a massa total de microplásticos presentes no ar de uma cidade.
Para a realização deste estudo, os cientistas recolheram microplásticos que caíram nos telhados do campus universitário, bem como num jardim residencial, situado nos arredores da cidade. Uma vez que a maior parte deles eram demasiado pequenos para serem observados a olho nu, foi aplicado um corante para a emissão de luz e realizado um tratamento térmico.
Os resultados desta investigação mostram que Auckland está bastante acima de grandes cidades europeias quanto ao valor médio diário por metro quadrado de microplásticos na atmosfera.
Londres registava em 2020 uma média de 771 microplásticos, enquanto em Hamburgo (2019) e em Paris (2016) os valores eram de 275 e 110 microplásticos por metro quadrado, respetivamente.
Vê também: baleias comem 10 milhões de pedaços de microplásticos todos os dias
A explicação para a maior cidade da Nova Zelândia aparecer destacada no topo da tabela está no facto do estudo aí realizado englobar partículas mais pequenas de microplásticos, ignoradas em outras investigações. “Quanto mais reduzíamos a gama de dimensões em análise mais microplásticos víamos”, explicou Joel Rindelaub, o autor principal do estudo, citado pela Bloomberg.
Os microplásticos têm origem no desenvolvimento de produtos comerciais e na decomposição de plásticos de maiores dimensões. A sua presença na atmosfera é considerada perigosa, já que contribuem para a poluição dos solos, são uma ameaça à vida selvagem e podem entrar na cadeia alimentar.