Sustentabilidade

Associações ambientalistas de Portugal enumeram o pior e o melhor de 2022

Zero e Quercus aplaudem a aposta nas energias renováveis, mas recordam a seca extrema e os incêndios como nefastos para o clima
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Balanço ambiental (Foto: B. Suhajda/ Flickr)
Balanço ambiental (Foto: B. Suhajda/ Flickr)

Com o ano de 2022 a terminar e a necessidade de se fazerem os naturais balanços, ficamos a conhecer as perspetivas das associações ambientalistas nacionais sobre o que de mais e menos positivo nos trouxe mais um ano, e o que esperar de 2023, no que ao clima e ao ambiente diz respeito.

Num ano marcado pela intensificação dos fenómenos climáticos extremos, as associações Quercus e Zero enumeraram os melhores e os piores factos de 2022.

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Balanço ambiental (Foto: N. Macedo/ Flickr)

Melhores factos ambientais de 2022

- COP 15 para a Biodiversidade

Na COP15, realizada no Canadá, ficou acordado que até 2030 vai proteger-se 30 por cento do planeta, assim como se vão disponibilizar anualmente 30 mil milhões de dólares, cerca de 28 mil milhões de euros, em ajudas para a conservação da natureza e da biodiversidade nos países em desenvolvimento.

- Aposta nas energias renováveis

Antecipação da meta nacional de ter 80% de energias renováveis na eletricidade para 2026 e antecipação da neutralidade climática para 2045.

- Incentivos à mobilidade ciclável

A partir de 2023, os portugueses vão ter um incentivo para a aquisição de uma nova bicicleta. O IVA sobre este produto será reduzido para 6%, o que representa uma descida significativa face aos 23% aplicados atualmente.

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Incentivos à mobilidade ciclável (Foto: Abandon/ Pexels)

Piores factos ambientais de 2022

- Seca extrema em quase todo o território continental

O governo foi obrigado a tomar medidas extraordinárias como a limitação da produção hidroelétrica de várias barragens, particularmente em cinco barragens logo no primeiro mês do ano. É de destacar que no verão não houve sequer produção hidroelétrica.

O estado de stress hídrico da vegetação inevitavelmente traria como consequência uma maior destruição pelo fogo.

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Seca obrigou a parar produção de energia hídrica (Foto: A. Znamensky_Flickr)

- Grande Incêndio no Parque Natural da Serra da Estrela

Os incêndios rurais destruíram mais de 110 mil hectares em Portugal continental, com a floresta a representar 50% da área ardida e as zonzas de mato 40%.

O incêndio na Serra da Estrela, ocorrido em agosto, foi um dos mais severos do ano e o maior naquela região nos últimos 47 anos, de acordo com a proteção civil. Em duas semanas devastou 26 mil hectares, dos quais 22 mil fazem parte do Parque Natural da Serra da Estrela. Este ficou com 25% da sua área ardida.

Incêndios em Portugal - AWAY
Incêndios em Portugal (Foto: J. Alves/ Unsplash)

- Simplex do licenciamento ambiental

Atrasos cruciais na implementação da legislação de licenciamento ambiental, assim como a própria lei, põem em causa a proteção do ambiente, mesmo considerando que este “simplex” abrange apenas as zonas não sensíveis.

A Quercus defende que os Estudos de Impacto Ambiental deveriam ser feitos por um Instituto Público e não por empresas privadas contratadas pelas entidades cujos projetos requerem a Avaliação de Impacte Ambiental.

Turismo sustentável - AWAY
Turismo sustentável (Foto: Chris F./ Pexels)

O que podemos esperar de 2023

Para 2023 é esperada a realização de Planos Municipais de Ação Climática que contemplem todos os setores e adotem modelos mais participativos e colaborativos; a regulamentação da Lei de Bases do Clima; e o cumprimento de metas relativamente aos biorresíduos.

É ainda aguardada a concretização do objetivo de colocar Portugal entre os destinos mais sustentáveis do mundo, o qual faz parte do Plano de Turismo Sustentável, agora a entrar no seu último ano.

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