Cidades

Zonas de zero emissões contribuem para cidades mais sustentáveis

Limitar os carros de combustão em certas áreas reduz o trânsito e melhora a qualidade do ar. Esta pode ser a solução para um futuro com menos emissões
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Zonas zero emissões (foto: Azzedine Rouichi/ Unsplash)
Zonas zero emissões (foto: Azzedine Rouichi/ Unsplash)

Os centros da cidade são, muitas vezes, do ponto de vista da mobilidade, um autêntico inferno. O trânsito que se vive nas zonas centrais torna as viagens de dia a dia morosas e, para muitas pessoas, fonte de stress. Os veículos a combustão também contribuem para uma qualidade de ar muito inferior àquilo que seria desejável e recomendável.

Durante a pandemia, quando as pessoas se viram obrigadas a ficar em casa, muito se falou do impacto que teve a redução do número de carros nas estradas.

Trânsito (foto: Sorin Gheorghita/Unsplash)

Logo nas primeiras semanas de confinamento, em 2020, a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável deu conta de que os níveis de poluição na Avenida da Liberdade, em Lisboa, atingiam os níveis mais baixos do século.

Mais tarde, a TomTom apresentou um relatório que mostrava que este fenómeno não foi exclusivo de Lisboa ou de Portugal. Um pouco por todo o mundo, da China aos Estados Unidos, a poluição por dióxido de azoto desceu consideravelmente, tornando o ar mais respirável.

Bicicletas (foto: Pascal Müller/Unsplash)

Foi também durante o pico da pandemia que muitas cidades tiveram oportunidade de redesenhar áreas urbanas, repensando as zonas de parqueamento ou as ruas que poderiam deixar de estar abertas a veículos.

Uma das soluções que tem sido estudada para reduzir as emissões nas cidades é a criação de zonas de zero emissões (ZZE). Pode parecer um conceito novo para muita gente, no entanto, várias cidades no mundo têm criado espaços em que os carros são proibidos.

Rua (foto: Matt Seymour/Unsplash)

Em Roma, por exemplo, há um controlo dos veículos que entram no centro histórico de forma a conservá-lo. Singapura tem uma taxa de congestão. Liubliana não permite carros no centro.

Cidades sem carros já são uma realidade 

A verdade é que quando se limita a entrada de veículos a gasolina e gasóleo numa determinada zona, acontecem vários fenómenos em simultâneo.

Há uma redução significativa de poluição atmosférica e sonora, as cidades tornam-se mais navegáveis e, indiretamente, cria-se uma pressão nos vários agentes para eletrificarem frotas e criarem alternativas sustentáveis para a mobilidade.

Rua pedonal (foto: John Mark Smith/Unsplash)

Empresas como a Uber e a Bolt terão de oferecer mais opções zero emissões para poderem circular nestas áreas e os próprios transportes públicos terão de ser não poluentes para poderem servir livremente a população.

Mesmo a micromobilidade ganha um novo mercado quando os governos criam áreas sem emissões. As trotinetes elétricas tornam-se uma opção não só para os turistas, mas para as pessoas que precisam de fazer curtas distâncias para, por exemplo, irem trabalhar. As bicicletas passam também a ser uma boa opção para as deslocações do dia a dia.

Trotinetes elétricas (foto: Marek Rucinski/Unsplash)

Nestes casos, em que se instauram ZZE, é também importante repensar outras áreas da cidade. Porque se há uma proibição de circulação em determinada zona, é importante criar parqueamento para se deixar os veículos a combustão

Analisando desta forma, parece que as ZZE são a solução a curto prazo que temos procurado para diminuir os níveis de emissão de CO2. No entanto, instaurá-las é muito mais difícil do que à primeira vista possa parecer.

Zona pedonal (foto: David Marcu/Unsplash)

Por um lado, em termos políticos nem sempre há legislação que permita limitar determinados veículos por causa do tipo de combustível. Por outro lado, há ainda muita oposição a estas limitações porque existe falta de conhecimento sobre os benefícios que representam para a qualidade do ar nas cidades.

Ainda assim, há cada vez mais instituições e especialistas a trabalhar com as cidades para a implementação de ZZE. O progresso tem sido lento, mas espera-se que ganhe força nos próximos tempos.

No final do dia, este pequeno grande passo pode representar o início de uma nova era para cidades mais sustentáveis e limpas.

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