Com a chegada do outono, o cenário muda completamente. As temperaturas descem, os dias encurtam e as primeiras chuvas trazem consigo um novo desafio para quem conduz — especialmente se andas de mota. Segundo o jornal espanhol El País, esta transição entre o verão seco e as semanas mais húmidas do ano cria uma combinação traiçoeira: chuva, nevoeiro matinal, menos luz e folhas caídas no asfalto.
Pode parecer inofensivo, mas não é. As folhas secas acumuladas nas estradas formam uma autêntica manta escorregadia, reduzindo a aderência dos pneus e aumentando o risco de derrapagens.
As folhas são como a neve
De acordo com o El País, engenheiros da Ford decidiram investigar até que ponto as folhas afetam a tração dos veículos. O resultado surpreendeu até os especialistas.
O estudo começou com testes em estradas cobertas de neve nos países nórdicos, onde mediram o coeficiente de fricção — ou seja, o nível de aderência entre o pneu e a superfície. Depois, os mesmos testes foram repetidos numa pista de ensaios da Ford, na Bélgica, mas desta vez com sacos de folhas secas espalhados no asfalto.
O resultado foi claro: em alguns casos, as folhas eram tão escorregadias como a neve. O jornal destaca que o coeficiente de fricção medido, representado pela letra grega µ (mi), ficou entre 0,3 e 0,4, exatamente o mesmo valor registado sobre superfícies nevadas.
Traduzindo para linguagem prática: se passares por uma curva coberta de folhas molhadas, é como se estivesses a conduzir sobre gelo: o carro pode deslizar, e o controlo fica reduzido ao mínimo.
Outros perigos escondidos do outono
O El País recorda ainda que esta época traz outros riscos que passam despercebidos: nevoeiros matinais, humidade constante e até placas de gelo em zonas sombrias. A isto junta-se a redução das horas de luz com o novo horário de inverno, o que afeta diretamente a visibilidade e a perceção da estrada.
Para quem conduz diariamente, especialmente em zonas arborizadas, estas condições exigem atenção redobrada. Travagens mais suaves, distâncias de segurança maiores e pneus em bom estado são medidas simples, mas vitais.
Atenção especial às motas
Se andas de mota, o risco é ainda maior. As folhas escondem irregularidades, poças de água e até buracos. Uma ligeira aceleração a mais pode fazer a roda traseira perder tração — e aí, a queda é quase inevitável.
O conselho é simples: evita travar bruscamente, mantém a mota o mais vertical possível ao passar por zonas com folhas e ajusta a velocidade às condições do piso.