A adaptação do espaço verde de uma urbanização para reduzir consumos de água num cenário de seca é o principal objetivo das obras de reconversão iniciadas esta semana pela Câmara de Castro Marim.
A reconversão do espaço verde está a ser executada na urbanização Quinta da Cerca, situada na zona norte de Castro Marim, foi submetida a uma candidatura ao Fundo Ambiental e, depois da obra, o espaço vai ser “devolvido à comunidade com mais e melhores condições e medidas de combate ao problema da seca no território”, justificou a Câmara do distrito de Faro.
Questionada pela agência Lusa sobre os custos da intervenção, a vice-presidente da autarquia, Filomena Sintra, indicou que está em causa um valor de mais de 120 mil euros, tendo em conta investimentos diretos e indiretos.
“Prevê-se para aquele local a criação de um circuito pedonal, uma zona de lazer e piquenique com mesas e bancos, além de outro mobiliário urbano e equipamentos de ‘fitness’”, precisou o município algarvio num comunicado.
Com o Algarve afetado pela escassez de água e com a imposição anunciada de medidas de restrição de consumos na agricultura (25%) e no ciclo urbano (15%), incluindo o turismo, a autarquia pretende assim dar “um contributo para o combate da problemática da seca que afeta o concelho de Castro Marim e a região algarvia”.
O município adiantou que vão ser plantadas espécies autóctones e implementados sistemas de rega com gestão por telemetria para reduzir os consumos de água no novo espaço de lazer.
A Câmara de Castro Marim destacou também que, no âmbito das obras em curso na urbanização, vai ser instalada uma ilha de compostagem doméstica para biorresíduos, compostos por matéria orgânica proveniente das cozinhas.
A colocação destes resíduos na ilha vai depois dar origem, após um processo biológico, a um composto orgânico natural que pode ser utilizado como fertilizante.
Em 17 de janeiro, o ministro do Ambiente anunciou, em Faro, a implementação de cortes de água de 25% na agricultura e de 15% no setor urbano, que inclui o turismo, para preservar as reservas de água e fazer face à seca, no final de uma reunião da comissão que acompanha os efeitos desse fenómeno.