Energia

Estudo revela que a produção de energia solar está abaixo do potencial máximo

A BloombergNEF e a Schneider Electric realizaram um estudo que conclui que a energia solar tem potencial para ser adotada em 167 milhões de habitações e 23 milhões de empresas em todo o mundo
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Estudo: Produção de energia solar em habitações e empresas
Estudo: Produção de energia solar em habitações e empresas

A produção de energia solar a partir de equipamentos colocados nos telhados e coberturas de residências e empresas tem um enorme potencial de crescimento e está ainda muito pouco explorada. A conclusão é de um estudo levado a cabo pela BloombergNEF, fornecedor de investigação estratégica, e pela Schneider Electric, líder global na transformação digital da gestão e automação da energia.

O relatório produzido pelas duas empresas indica que uma maior adoção da energia solar poderia fazer com que 167 milhões de habitações e 23 milhões de empresas em todo o mundo implementassem a sua própria geração de energia limpa até 2050. Com benefícios óbvios ao nível da redução nas emissões de gases tóxicos, uma maior utilização dos raios solares como fonte de produção de energia irá, contudo, depender das políticas e tarifas implementadas em cada país, salienta o documento.

A queda acentuada dos custos da tecnologia solar é, de acordo com o relatório “Realizing the Potential of Customer-Sited Solar”, um dos fatores principais a justificar que, em alguns mercados, se tenha tornado economicamente vantajoso que residências e empresas produzam a sua própria energia. Um dos exemplos apontados é a Austrália, país no qual as famílias conseguem obter um retorno do seu investimento num espaço de tempo inferior a 10 anos, o que tem impulsionado significativamente a adesão à energia solar.

“A produção de energia solar junto do cliente é uma enorme oportunidade que muitas vezes é completamente ignorada. Graças aos custos em queda e às medidas políticas, já está a ser implementada rapidamente em alguns mercados, e é muito provável que aumente massivamente”, salientou Vincent Petit, responsável do Schneider Electric Sustainability Research Institute. “Isto é vital para a descarbonização do setor da energia e oferece enormes benefícios adicionais aos consumidores. Está na hora de abraçar esta transformação”, completou.

Também a França é apontada como um exemplo a seguir. Os incentivos vigentes neste mercado europeu, para a implementação de energia solar a nível residencial, possibilitam a obtenção do retorno do investimento em cinco anos, período que passa para nove anos quando aplicado a empresas.

Outro dado salientado pelo relatório da BloombergNEF e da Schneider Electric são os benefícios da instalação de equipamentos de energia solar na fase de construção dos edifícios, concretamente ao nível da redução de custos. Diz o documento que na zona da Califórnia, Estados Unidos, o retorno do investimento pode acontecer em metade do tempo quando a instalação é feita na fase de construção, em comparação com a instalação em edifícios já habitados.

O estudo conduzido pelas duas empresas frisa ainda a necessidade dos decisores políticos e dos reguladores de mudarem gradualmente a sua abordagem ao tema, por forma a aumentarem a flexibilidade nas formas de armazenamento de energia e fomentarem a sua adoção.

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