Depois de um incêndio em julho que destruiu uma área de cerca de 8900 hectares em Murça, no distrito de Vila Real, a associação ambientalista Quercus e a Cooperativa Agrícola dos Olivicultores do concelho juntaram-se para reflorestar a área ardida com árvores autóctones mais resistentes ao fogo.
A Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Murça, que comercializa o azeite Porca de Murça, referiu que não pode ficar indiferente ao resultado do devastador incêndio que “transformou milhares de hectares no concelho numa paisagem desértica e calcinada”, cita a agência Lusa.
Assim, juntamente com a Quercus, lançaram a campanha “Um garrafão, uma Árvore! Vamos Plantar Esperança!”. Por cada garrafão de azeite vendido, será plantada uma árvore de espécies autóctones na área ardida, nos próximos outono e primavera.
As espécies florestais mais resistentes ao fogo ajudam a travar as chamas. Com a reflorestação, a associação e a cooperativa pretendem criar um espaço florestal resiliente e organizado.
Além disso, esta ação tem o objetivo de preparar o terreno e a respetiva plantação, ao mesmo tempo que sensibiliza os agricultores para a importância de criar um cordão de espécies mais resistentes à volta das suas parcelas agrícolas, explica à Lusa Francisco Vilela, presidente da direção da cooperativa.
Para ler: área ardida este ano é a maior dos últimos cinco anos
O relatório da estimativa dos prejuízos a que a Lusa teve acesso revela que, em Murça, o incêndio afetou mais de 30% da área territorial total do concelho. A área atingida é, maioritariamente, de mato e pinhal, havendo também prejuízos em áreas agrícolas, de pastagens e de atividade apícola.
No terreno estão já a ser distribuídos fardos de feno para alimentação dos animais dos produtores afetados, resultantes de donativos de agricultores do Sul do país.