Sustentabilidade

Poluição do ar acima dos limites próximo de algumas unidades de saúde

Alerta é deixado pela associação Zero
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Avenida da Liberdade, Lisboa (foto: Pedro Gomes/Getty Images)
Avenida da Liberdade, Lisboa (foto: Pedro Gomes/Getty Images)

Os níveis de poluição no ar junto a centros de saúde de Lisboa, Porto e Coimbra estão acima dos valores máximos recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O alerta é dado pela associação ambientalista Zero que fez as medições.

Os valores de concentração de partículas de dióxido de azoto, poluente do ar, estavam demasiado elevado, algo que pode agravar doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, cancro do pulmão e doenças respiratórias.

Os idosos, pessoas com doenças respiratórias, grávidas e crianças são especialmente vulneráveis a este tipo de poluição, sendo, ao mesmo tempo, dos grupos que mais frequentam hospitais e outras unidades de saúde”, refere a Zero num relatório divulgado esta semana. Nestes grupos populacionais, sublinha a associação, “a exposição de curta duração (horas ou dias) à poluição atmosférica pode ser particularmente nefasta”.

A Zero mediu níveis de partículas inaláveis e finas (PM10 e PM2.5), associadas a maior morbilidade e mortalidade, assim como o dióxido de azoto (NO2) em cinco unidades de saúde de Lisboa, Coimbra e Porto, cidades que apresentam maiores problemas de qualidade do ar a nível nacional.

As unidades selecionadas foram o Instituto Português de Oncologia, no Porto, a Unidade de Saúde Familiar Norton de Matos, em Coimbra, e o Hospital CUF Descobertas, o Hospital Pulido Valente e a Unidade de Saúde Familiar Almirante, em Lisboa.

“Observaram-se algumas inconformidades com os valores recomendados [pela OMS] em todos os locais onde foi feita esta campanha”, explicou Susana Miguéis, concluindo que os dados mostram que as zonas envolventes destas unidades de saúde “estão com problemas de qualidade do ar”.

Tendo em conta que a qualidade do ar em locais urbanos é “predominantemente afetada pelo transporte rodoviário”, a Zero sugere que as autoridades tomem medidas para reduzir o tráfego junto às unidades de saúde, lembrando que estes equipamentos são normalmente frequentados por pessoas que têm problemas de saúde e, por isso, estão mais fragilizadas.

O estudo identifica algumas boas práticas, como ventilação adequada, promoção do uso do transporte público, orientações e procedimentos específicos para pacientes com condições respiratórias crónicas, acalmia de tráfego nas áreas envolventes às unidades de saúde.

Para diminuir o tráfego na zona envolvente, é sugerida a criação de um sistema contínuo de transporte entre as unidades de saúde e as paragens/estações de transporte público centrais próximas, assim como a expansão do número de postos de carregamento elétrico e a adoção de veículos elétricos nas frotas das unidades de saúde.

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