A aliança dos produtores de petróleo OPEP+, liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, anunciaram recentemente um corte de produção de dois milhões de barris de petróleo por dia. Esta decisão pode arrastar todo o mundo para uma recessão sem precedentes.
O corte anunciado pela OPEP+ no mês passado deverá ter efeito já em novembro e será o maior corte desde a pandemia da Covid-19.
O cartel dos países produtores refere que este corte tem como objetivo fazer face à queda dos preços globais do petróleo devido a receios fundamentados nas previsões de subida da inflação em várias economias de topo, como os Estados Unidos e a União Europeia.
Agora a Agência Internacional de Energia (AIE) veio rever em baixa as previsões de procura de petróleo para o final de 2022 e acima de tudo para o ano de 2023. Mas deixa o alerta: a redução da produção da OPEP+ poderá levar o mundo para uma recessão.
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No relatório mensal sobre o mercado petrolífero publicado hoje dia 13 de outubro, a AIE é particularmente severa com o que descreve como um "corte maciço" da produção do cartel petrolífero, até dois milhões de barris por dia a partir de novembro, equivalente a 2% a nível mundial, o que já causou um aumento de cerca de 14 dólares por barril em relação aos mínimos de setembro.
"Com implacáveis pressões inflacionistas e aumentos das taxas de juro", adverte, "o aumento dos preços do petróleo pode ser o ponto de viragem para uma economia global que já está à beira da recessão".