Opinião
João Barros Oliveira
Nascido em Lisboa, em 1977, fez formação superior em Ciências da Comunicação e em Marketing. Esteve ligado a vários projetos editoriais na área automóvel enquanto jornalista e editor, para depois se dedicar por inteiro ao Marketing e à Gestão de Marcas em agências de comunicação e publicidade de renome. Adora SUP de ondas e desde criança que não perde um Grande Prémio de F1.

O setor automóvel está num frenesi! E como isso é bom…

O aparecimento de inúmeras marcas de automóveis, impulsionadas pelo boom da eletrificação, está a agitar o mercado e deixa para trás tempos de monotonia
Texto
Estão a surgir inúmeras marcas de automóveis
Estão a surgir inúmeras marcas de automóveis

Desde que me conheço que sou entusiasta do mundo automóvel. Em miúdo, sempre que ia jantar ao Snack (já extinto) do Hotel Ritz, em Lisboa, adorava ficar alguns minutos a apreciar as bombas estacionadas na garagem do hotel. Era aí que tinha oportunidade de ver de perto (sem contar, claro, com os salões automóvel na FIL que nunca perdia) os Ferrari, os Bentley, os Lamborghini e (para mim os mais fascinantes) os Rolls-Royce que, na altura, era raríssimo ver circular nas avenidas da cidade.

O meu gosto por automóveis não tem qualquer influência de outras pessoas. Gosto, simplesmente, porque sim (e digo eu aos meus filhos que “porque sim” e “porque não”, não são razões válidas… São!). Sempre me fascinou a sua beleza e as sensações que causam.

Curiosamente, uns anos mais tarde, quando inicio o meu trajeto profissional, tenho a sorte de ficar ligado aos automóveis, desta vez “mais a sério”. É, portanto, um setor de atividade que sempre acompanhei de perto, até mesmo quando a carreira seguiu outro rumo.

Durante décadas habituei-me a conviver sempre com as mesmas marcas de automóveis. O mercado há muito que é dominado pelos grandes construtores, alguns centenários, e, durante muito tempo, parecia difícil imaginar a entrada de novos “players”. Ok, passámos a ter a Abarth, a Alpine, a Cupra e a DS, mas não podemos dizer que sejam, propriamente, marcas novas. Na verdade, são até marcas com muita história, que mais recentemente se assumiram como “spin offs” das suas marcas mãe, no caso a Fiat, a Renault, a Seat e a Citroën, respetivamente.

Sobre o aparecimento de novas marcas de automóveis, podemos dizer que, durante demasiado tempo, o mercado foi monótono. Entediante, mesmo. A boa notícia, é que isso faz parte do passado. Tudo é diferente agora.

Com o aumento da popularidade dos automóveis elétricos e a convergência do setor para a oferta de mais soluções desse tipo, parece que há novas marcas a surgir como cogumelos. “Todos os meses” conheço uma nova. Por vezes, até mesmo eu me sinto desatualizado. Acredito que a si lhe aconteça o mesmo. Proponho-lhe, então, que nos atualizemos, enumerando nesta crónica algumas marcas das quais, talvez, nunca tenha ouvido falar.

A maioria das novas marcas nascem nos Estados Unidos como meras startup’s. É o caso da Canoo, a qual pretende lançar no próximo ano um SUV/ monovolume, a que dá o curioso nome de “Lifestyle Vehicle”, e um veículo comercial – o MPDV (de Multi-Purpose Delivery Vehicle). Em 2023 deverá disponibilizar uma pick-up, que designa como… “Pickup Truck”. Também dos Estados Unidos temos a Rivian, com os seus R1T (pick-up) e R1S (todo-o-terreno); a Lucid Motors, com a berlina Lucid Air e com planos para oferecer um SUV num futuro próximo; e a Bollinger Motors, cuja gama é composta pelos modelos B1 (todo-o-terreno), B2 (pick-up) e Commercial (comercial).

A estas juntam-se as marcas Faraday Future e Fisker, igualmente norte americanas. A primeira irá lançar em 2022 o modelo FF 91, um “crossover” pronto para condução autónoma, e a segunda, também no mesmo ano, iniciará a produção do Ocean, um SUV cujo tejadilho integra painéis solares. Não é incrível? Quem diria, há uns anos atrás, que teríamos um automóvel elétrico com painéis solares de produção em série.

Não queria deixar de lhe falar das marcas chinesas Byton e do seu modelo SUV M-Byte, e Zeekr com a sua carrinha desportiva 001, para além da Nio, da Aiways, da Tang e da Xpeng que já abordei noutra crónica.

Por último, da Europa, surge a Mobilize, marca do grupo Renault. Mais do que comercializar veículos elétricos esta irá concentrar-se na oferta de serviços integrados de mobilidade.

Perante o surgimento de tantas marcas novas, à boleia do boom da eletrificação, pode dizer-se que o setor automóvel está mais animado do que nunca. A nós, entusiastas dos automóveis, já nos faltava um frenesi assim.

Nascido em Lisboa, em 1977, fez formação superior em Ciências da Comunicação e em Marketing. Esteve ligado a vários projetos editorias da área automóvel enquanto jornalista e editor, para depois se dedicar por inteiro ao Marketing e à Gestão de Marcas em agências de comunicação e publicidade de renome. Adora SUP de ondas e desde criança que não perde um Grande Prémio de F1.

 João Barros Oliveira, escreve esta crónica a convite da AWAY Magazine.

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